quarta-feira, 1 de julho de 2015

Brasil deve atingir 90% da Cota Hilton

Estimativa é do diretor executivo da Abiec, Fernando Sampaio

Marcela Caetano
Os embarques de carne bovina para a Europa por meio da Cota Hilton somaram 80% das 10 mil toneladas a que o Brasil tem direito até maio deste ano. “Acredito que  até 30 de junho – quando termina o ano Hilton – teremos 90% da cota preenchida”, estima o diretor executivo da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), Fernando Sampaio. Este é o melhor resultado obtido nos últimos sete anos.
 
A Cota Hilton é um nicho de mercado que se destaca pela valorização superior dos produtos. No ano passado, frigoríficos conseguiram cumprir 40% da cota, ou 4.078 toneladas. “O que acontece é que a indústria conseguiu se organizar com os fornecedores para atender esta demanda”, explica Sampaio. 
 
O entrave para que o Brasil atenda a demanda é a exigência de que a carne negociada por meio da cota seja proveniente de animais rastreados desde a desmama e criados exclusivamente a pasto. A exigência passou a vigorar em 2008/2009. Até então, o País vinha conseguindo atender a cota, que era de 5 mil toneladas. 
 
China – A Abiec também espera que as exportações de carne bovina para a China atinjam, pelo menos, 10 mil toneladas já em junho. A exportações para o país foram liberadas em 19 de maio, depois de embargo imposto em 2012, em razão de um caso atípico de encefalopatia espongiforme bovina (EEB, ou mal da vaca louca).
 
Foram reabilitadas oito unidades de abate de bovinos da Marfrig, Minerva e JBS e uma de aves que já exportavam para país. Outras nove aguardam aprovação. Em 2012, o Brasil embarcou 16,6 mil toneladas para a China, com receita de US$ 74,8 milhões.
 
Japão – O fim do embargo da carne bovina processada também está em análise no Ministério da Saúde do Japão. O embargo foi imposto em 2012, também em razão do caso do mal da vaca louca. Recentementem, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, projetou a retomada deste mercado com embarques ainda neste ano, além da abertura do país para o produto brasileiro in natura
 
No final do ano passado o Ministério da Agricultura do Japão solicitou uma análise de risco para a liberação dos embarques de carne bovina in natura. Como contrapartida, explica Sampaio, os japoneses querem vender kobe beef para o Brasil.  “O Japão é um grande importador, são mais de 700 mil toneladas, e com alto valor agregado.  É extremamente interessante esse início de negociação”, avaliou Sampaio. 
 
Ao contrário da ministra, Sampaio acredita que as exportações dos produtos in natura devem levar mais tempo para acontecer. “Estamos desde 2012 tentando reabrir um mercado que já mantínhamos com eles, de produtos processados”, comparou. 
 
Fonte: Portal DBO

Nenhum comentário: