Em meio ao sobe e desce do curto prazo, a sinalização de longo prazo pode parecer mais obscura, mas parece haver um consenso quanto à expectativa positiva para o cenário do mercado de carnes nos próximos anos. Interessante destacar que a América do Sul e em especial o Brasil estão sempre na vanguarda do que há por vir.
Com 170 milhões de hectares de pastagem, sendo que mais de 90 milhões estão degradados ou com problemas de erosão, o Brasil tem larga vantagem no quesito área. Além disso, diante da baixa produtividade da pecuária brasileira é possível aumentar a produção de maneira expressiva sem aumento de área e sem risco de problemas ambientais. O baixo custo de produção da carne do Brasil é outro ponto frequentemente levantado pelos players mundiais, devido principalmente à abundância de recursos naturais.
De acordo com a consultoria europeia Gira, o consumo mundial de carnes deve crescer 14% na próxima década. A previsão é de incremento na demanda de carne suína e de frango, ao redor de 10% e 25%, respectivamente, com carne bovina apresentando crescimento mais comedido, de aproximadamente 6%.
O aumento na produção mundial de carne bovina em ritmo mais lento do que observado para as outras proteínas, simultaneamente à demanda aquecida, sinaliza uma provável tendência altista para os preços, em parte seguida por alta no custo de produção. Dessa forma, com mudanças no padrão de consumo e possibilidade no deslocamento para outras proteínas mais baratas, a carne bovina pode ficar mais elitizada e com consumo mais esporádico.
Para o Brasil a perspectiva é de crescimento de 15% na produção nos próximos 10 anos, favorecido pelo fortalecimento do comércio mundial, que deve passar de 7,5 milhões para 8,5 milhões de toneladas, além da manutenção do posto de maior exportador. Do lado da demanda, a Rússia permanece como grande player, mas a expectativa é de que a China dobre o volume de compras no período.
Principais destaques para o setor de carne bovina mundial:
• Potencial de crescimento no consumo deve ser limitado pela oferta restrita;
• Queda na participação da carne bovina no consumo total de carnes;
• Potencial de expansão nas exportações para China e Oriente Médio;
• Brasil possui melhor condição de crescimento nas exportações, mas com perda na competitividade por conta do câmbio mais forte;
• Recuo da produção na União Europeia e perspectiva de aumento na importação;
• Perspectiva positiva para os preços mundiais e melhora nas margens.
FONTE: WWW.AGROBLOG.COM.BR
AUTOR: LEONARDO ALENCAR
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