Subsecretário americano alegou que surgiram manifestações negativas à liberação da importação da carne brasileira
Agência Estado
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) não cumpriu sua promessa de liberar a importação de carne bovina e suína de Santa Catarina até o fim deste mês. Nesta quarta, dia 29, o subsecretário para Marketing e Programas Regulatórios do USDA, Edward Avalos, informou ao presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, que nenhuma decisão sobre o tema será tomada antes das eleições legislativas americanas, no próximo dia 2 de novembro. O embaixador do Brasil em Washington, Mauro Vieira, tentou ainda ontem reverter o quadro, considerado inesperado pelo Itamaraty. Mas não houve avanços.
A decisão americana cria um transtorno para a continuidade do acordo que suspendeu a aplicação de retaliações do Brasil contra produtos americanos – direito conquistado pelo país na Organização Mundial do Comércio (OMC), ao final de oito anos de disputa sobre os subsídios dos Estados Unidos ao setor de algodão.
O acordo firmado em junho previa, como contrapartida americana, a certificação do Estado de Santa Catarina como área livre de febre aftosa sem vacinação e a posterior extensão desse status à região Centro-Oeste do Brasil. Dias depois de firmado o acerto, Avalos enviou uma carta ao Departamento Econômico do Itamaraty na qual prometia a emissão da certificação para Santa Catarina até o final de setembro.
Reações
Avalos alegou que surgiram manifestações negativas à liberação da importação da carne brasileira na consulta pública realizada no último semestre. Camargo Neto, que realizou um estudo minucioso dos resultados dessa consulta, rebateu que essa conclusão era incorreta e chamou a atenção de Avalos para o fato de que as associações de produtores americanos de carne suína haviam confirmado a adoção de padrões científicos por Santa Catarina para evitar a febre aftosa, mesmo sem vacinação do rebanho.
A reação brasileira deverá se concentrar no próximo dia 20 de outubro, quando as delegações do Brasil e dos Estados Unidos se reunirão em Washington para tratar da aplicação do acordo sobre o algodão.
Fonte: AGÊNCIA ESTADO
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