Congresso Mundial da Carne terminou nesta quarta em Buenos Aires
José Ronaldo Borges Buenos Aires (Argentina)
O setor da carne bovina da Argentina descarta a possibilidade de o país se tornar um importador do produto. A crise que afeta a pecuária do país vizinho foi um dos temas mais discutidos durante o Congresso Mundial da Carne, que terminou nesta quarta, dia 29, em Buenos Aires.
O segundo dia de debates era para ser voltado para a produção da proteína animal com sustentabilidade, mas a crise da pecuária argentina acabou se tornando mais uma vez o centro das discussões.
Diante da redução do rebanho de corte argentino e da crescente demanda de carne no mundo, o Brasil está atento ao que pode ser uma nova oportunidade para aumentar as vendas para o mercado externo. Os argentinos já conseguem dimensionar o tamanho de sua crise, algo como recuar em 10 anos a pecuária do país.
O problema é tão sério que para recompor o que já foi perdido com a redução do rebanho, serão necessários mais cinco anos pela frente.
O presidente do Instituto de Promoção da Carne Bovina, Dardo Chiesa, descarta a possibilidade de a Argentina se tornar uma importadora e não acredita em perda de espaços no mercado mundial da carne.
Existe um grande descontentamento com as políticas do governo para o setor. Um frigorífico, por exemplo, para conseguir uma licença exportação do governo tem que entregar uma determinada quantidade de carne ao supermercado a preços populares. Para piorar, uma seca devastou pastagens e o abate de fêmeas foi muito grande, ao ponto de reduzir o plantel nacional de corte em 10 milhões de cabeças, formado hoje por 47 milhões bovinos.
Os abates caíram de 13 milhões e meio para 11 milhões de cabeças, falta carne no país e os preços subiram em quase 50%. A política do governo não mudou e os produtores da Argentina não conseguem visualizar o início da recuperação.
FONTE: CANAL RURAL
Nenhum comentário:
Postar um comentário