O mercado pecuário ficou de olho na pesquisa trimestral de abates apresentada nesta última quinta-feira (15) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas).
O assunto mais destacado em praticamente toda a mídia não especializada em agronegócio foi o aumento no abate do terceiro trimestre, mas pouco foi dito que o resultado anual caiu em relação aos anos anteriores, mostrando um hiato ainda maior entre a oferta e demanda do setor.
Este é o destaque do balanço geral de pecuária de corte desta segunda-feira elaborado pela Rural Centro, com as principais informações do setor.
A ideia é que o produtor encontre em apenas uma página tudo o que é importante para o desenvolvimento do seu negócio e as principais notícias dos últimos dias.
ABATES
Os abates de bovinos apresentam, ao longo deste ano (janeiro a setembro), um resultado preocupante: volume muito inferior aos anos anteriores, sendo o segundo menor desde 2006, apenas superando o resultado do mesmo período de 2009.
Segundo a Pesquisa Trimestral de Abates do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), entre janeiro e setembro deste ano, o país já abateu 21,5 milhões de bovinos(boi, vaca, novilhos/as e vitelo/as), anotando queda de 2% em relação aos números de 2010 e de 2008, quando os abates somaram 22 milhões de cabeças.
Além disso, os abates deste ano estão abaixo 8% do total verificado em 2007, de 23,3 milhões de animais. Entre janeiro e setembro de 2009, o país abateu 22 milhões de unidades.
O Estado de Mato Grosso mantém a liderança nos abates de bovinos, com total de 3,1 milhões de bovinos em 2011.
Mato Grosso do Sul, em segundo lugar, registrou em 2011 abates de 2,4 milhões de bovinos, 4% a menos que as 2,5 milhões de unidades abatidas em 2010.
Em São Paulo, os abates somaram 2,4 milhões de animais, enquanto que o mercado goiano apresentou abates de 1,9 milhões de unidades em 2011. MS, SP e GO, anotaram em 2011 um decréscimo nos abates.
ABATES DE VACAS
Ainda segundo o IBGE, em 2011, o país abateu 7,4 milhões de vacas, volume que representa 34,5% do resultado total, sendo que esta participação está acima das verificadas tanto em 2010 como em 2009, quando os abates de fêmeas somaram 6,61 e 6,613 milhões de unidades, respectivamente.
Atenção: Esta elevação na participação de fêmeas mostra que o produtor está novamente abatendo matrizes, comprometendo a futura formação de rebanho.
ABATES DE BOIS
Entre janeiro e setembro de 2011, os abates de bois acumularam 11,2 milhões de cabeças, o segundo maior desde 2007, apenas acima das 11 milhões de unidades abatidas entre janeiro e setembro de 2009.
Os dados do IBGE são referentes às inspeções, municipais, estaduais e federais.
EXPORTAÇÃO
As últimas informações disponibilizadas pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior) mostram que em novembro deste ano, as exportações brasileiras de carne bovina in natura somaram 72,6 mil toneladas líquidas, volume 2,8% menor que o do mês anterior, quando os embarques internacionais somaram 74,7 mil toneladas, porém 31,5% a mais que as 55,2 mil toneladas de carne bovina in natura vendidas em novembro de 2010.
O faturamento obtido pelos frigoríficos exportadores atingiu 381 milhões de dólares em novembro deste ano, 3,1% a menos que em outubro (US$ 393,4 milhões), mas 41,7% a mais que em novembro de 2010, quando a receita era de 268,9 milhões de dólares.
Faltando apenas um mês para encerrar o ano, as exportações de carne bovina in natura somam 757,1 mil toneladas líquidas, 9,6% a menos que no mesmo período do ano passado.
Apesar de o embargo russo ter dominado o setor neste segundo semestre, o país continuou liderando o ranking de principais destinos da carne brasileira, importando ao todo 217,7 mil toneladas, 11% a menos que no mesmo período do ano passado, de 244,7 mil toneladas.
Os iranianos permanecem firmes na segunda posição, com total de 127,4 mil toneladas e o Egito com total de 85,2 mil toneladas estão em terceiro lugar.
Atenção: O grande destaque deste ano foi o Chile, que voltou a comercializar com o Brasil com total força após o foco de aftosa no Paraguai. Entre janeiro e novembro de 2011 foram vendidas aos chilenos quase 30 mil toneladas de carne bovina in natura, o dobro em relação às 13,5 mil toneladas verificadas em 2010. Este resultado leva este país ao sexto lugar do ranking.
Dois são os possíveis motivos da redução de embarques de carne bovina ao exterior, o primeiro a redução de oferta de matéria-prima no Brasil e o segundo é a preferência dos frigoríficos em manter a carne bovina no mercado interno ante os lucros.
São Paulo continua sendo o principal estado exportador de carne bovina, com total de 280 mil toneladas. Em segundo lugar está o Estado de Mato Grosso, com total de 136,3 mil toneladas e na terceira posição com total 104,5 mil toneladas.
MERCADO INTERNO – ESTUDO
Realmente, o mercado do gado gordo não consegue registrar altas expressivas ante uma demanda tão forte. Um estudo elaborado Rural Centro, com números do Cepea (Centro de Estudos de Pesquisas e Economia Aplicada) comprova que a elevação no preço da arroba do boi gordo neste segundo semestre é entre 27,9 e 47,6 pontos percentuais menor que as elevações dos outros dois tipos de carnes: de frango e suíno.
Entre 1º de julho e 16 de dezembro, o valor do quilo vivo do suíno passou de R$ 2,05 para a máxima registrada no período, de R$ 3,11, com alta de 51%.
Enquanto isso, a cotação do frango atinge atualmente R$ 3,09/kg (resfriada), com acréscimo de 32% em relação ao primeiro dia deste segundo semestre, de R$ 2,34. A cotação máxima do frango atingiu R$ 3,12 no dia 18 de novembro.
Já o boi vale hoje R$ 100,27/@, apesar da trajetória negativa nos últimos dias, o atual patamar é apenas 4% maior que o preço do dia 1º de julho, de R$ 96,35 a arroba.
Destaque: no dia 23 de novembro, o preço do boi gordo ficou na máxiam de R$ 109,18/@.
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USDA
Relatório sobre demanda de carne bovina dos Estados Unidos apresentado esta semana pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) mostra que as exportações de carne bovina dos Estados Unidos devem subir 21% ao longo deste ano. Com isso, o abastecimento do mercado interno americano deve cair 5% em 2011.
As expectativas para o próximo ano são de que as exportações continuarão fortes, no mesmo patamar atual, uma vez que o abastecimento mundial de carne bovina está comprometido.
As importações de carne bovina dos Estados Unidos e do Mundo terão um aquecimento moderado.
REBANHO BOVINO
É válido lembrar que no último relatório apresentado pelo IBGE (Índice Brasileiro de Geografia e Estatísticas) foi confirmado que em 2010 o rebanho nacional atingiu 209,5 milhões de cabeças de gado, com aumento pouco significativo em relação a 2009, de apenas 2%, alta longe de suprir a necessidade do mercado, diante do crescimento demográfico mundial.
Lembrando que o município com o maior efetivo de bovino no Brasil é São Felix do Xingu,no Pará, com um pouco mais de 2 milhões de cabeças, 5,8% a mais que o efetivo de 2009, de 1,912 milhão.
Mato Grosso continua sendo o Estado com o maior rebanho do país, com total de 1,93 milhão de unidades. Enquanto a região com maior efetivo continua sendo o Centro-Oeste (72 milhões de cabeças).
FONTE: RURAL CENTRO
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