quinta-feira, 2 de maio de 2013

Sem Informação não se toma Decisão (rimou)


*Por Fernando Furtado Velloso, 
Nas últimas semanas fui consultado por clientes e por veículos da imprensa sobre o desempenho das feiras de terneiros 2013 no RS. Comentei da grande valorização de algumas feiras (Ex: Santa Vitória do Palmar), do desempenho variável de outras (Ex: Santiago e São Pedro do Sul) e da dificuldade de se ter dados precisos da oferta deste produto no RS e das variações de valor por região e ano. Alguém sabe se em abri/2013 se venderam mais ou menos terneiros que em abril/2012? Alguém sabe se 2013 venderá mais que os anos anteriores? Se 2013 será um ano normal em oferta? Como saber o que é normal se não temos uma boa série histórica de volumes, preços, pesos, et cetera? Daí a origem do nome do meu texto: Sem Informação não se toma Decisão (rimou).
Fala-se muito hoje em questões SETORIAS da pecuária de corte gaúcha, pois em média estamos de acordo que já temos boa produção de tecnologia para o campo, bom nível e disponibilidade de técnicos, bom conhecimento das técnicas para aumentar produtividade, etc. Logo, sabemos como produzir mais, porém carecemos de confiança de que nosso produto terá valor que justifique os investimentos em tecnologia (insumos de toda natureza). Muitos pecuaristas sabem como produzir (e já produziram) 200, 300 ou 400 kgs de peso vivo por hectare, porém pisam no freio com receio que o mercado não pratique preços que cubram os custos de produção. Aí vem a tona a tal questão setorial, ou seja, precisamos que atividade pecuária seja forte e abra mercados para absorver com bons preços mais terneiros, mais bois gordo e mais carne.
Para desenvolvermos o setor pecuária RS como um todo necessitamos saber a exata situação da Estância Rio Grande: qual a sua existência, a sua produtividade, as suas oscilações anuais, o fluxo de entrada e saída de animais, o fluxo de nosso produto, etc. Como podemos discutir se é bom ou não para o estado exportar animais, produzir super-precoces, suplementar, confinar e irrigar se não dominamos os números de nosso rebanho?
Este trabalho de produzir informação contínua e de qualidade sobre a pecuária RS somente ocorrerá com esforço do setor e apoio dos órgãos públicos. Se isto não ocorrer, perderemos um tempo valioso para desenvolver o nosso negócio ou teremos de comprar esta informação da iniciativa privada. Reconheço o dinamismo e eficiência da iniciativa privada, mas neste caso a mão do estado no sentido mais amplo da palavra (MAPA, Secretaria da Agricultura, Universidades e Embrapas) pode ser a melhor mão a embalar este berço.
Fonte: Jornal Folha do Sul

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