domingo, 23 de junho de 2013

Pará vai exportar 500 mil bois vivos


As exportações de boi vivo no Estado alcançaram 420 mil cabeças em 2012. A estimativa para 2013 é aumentar esse número para 500 mil cabeças. O Pará é o maior exportador, colocando 95% do boi vivo no mercado externo. Esse tipo de exportação representou a injeção de US$ 885 milhões no Estado no ano passado.

A Venezuela foi o país que mais importou gado vivo paraense em 2012 (368. 496 cabeças), vindo em seguida o Líbano (65.966 cabeças) e Egito (10.957 cabeças). No ano passado, o faturamento com as exportações de bovinos vivos correspondeu a 37% do PIB da pecuária paraense e 22% do PIB do agronegócio estadual.

As perspectivas de abertura de mercado internacional ficaram ainda maiores depois que o Estado do Pará se tornou 100% área livre de febre aftosa. A exportação de gado vivo brasileiro é feita em navios adaptados, ou seja, em navios que também transportam veículos, contêineres e outros. Além de serem antigos, alguns navios chegaram a quebrar e até naufragar em alto mar, tendo como consequência a morte de milhares de animais e tripulantes.

Em julho próximo, pela primeira vez estará no Pará, no porto Vila do Conde, em Barcarena o transatlântico “Ocean Outback” um dos navios mais modernos do mundo, considerado o “transatlântico do boi vivo”. O “bem-estar animal” se tornou hoje uma das principais bandeiras das entidades ambientalistas e o Ocean Outback, construído em 2010, foi criado com estrutura específica para transportar animais vivos e pode transportar até seis mil cabeças gado ou 25.000 ovelhas.

Adriano Caruso, general manager da Wellard Brasil, subsidiária da multinacional australiana Wellard, que construiu o navio, ressalta que o Ocean Outback é a nova geração em design de navio de gado. “O custo da embarcação ultrapassou os US$50 milhões. O projeto e a construção do navio estavam focados num objetivo, que é dar maior bem-estar e segurança aos animais, ao navio e à tripulação”, explicou.

O navio possui um sistema de propulsão independente duplo, motor separado e hélices, fornecendo níveis de redundância e, portanto, mais segurança, raramente vista em navios de cruzeiro e nunca antes construído em navios de gado. “O Ocean Outback foi classificado pelo Registro Italiano Navale (RINA) como um ‘Green Star navio’, devido a suas baixas emissões e projeto de prevenção de poluição e sistemas”, destaca Caruso.

O navio possui uma velocidade de 17 Knots sendo que, em média, os navios adaptados tem 12,5 Knots, uma diferença de 4,5 Knots. “Ou seja: uma viagem do porto de Barcarena ao porto Puerto Cabello na Venezuela levaria cinco dias e meio pelos navios adaptados. Já o Ocean Outback pode chegar em quatro dias, com uma redução considerável no tempo de viagem”.

Adriano Caruso possui experiência de mais de 680.000 animais embarcados no Brasil desde 2007. Ele diz que a Wellard possui mais quatro navios com a engenharia e tecnologia do Ocean Outback.

A Wellard do Brasil assinou este mês um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) junto ao Ministério Publico Federal, se comprometendo a praticar procedimentos pautados na defesa do meio ambiente.

Rebanho do Pará abre mercado internacional

Carlos Xavier, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), diz que a pecuária paraense tem demonstrado muita capacidade no aumento da sua produção, internalizando cada vez mais recursos para o Estado. “Hoje temos uma oferta de 4 milhões de cabeças para abate por ano. Dessas, 2,8 milhões são comercializadas diretamente nos frigoríficos, que são abatidos e comercializados no Estado e fora do Estado. Um milhão e 200 mil cabeças que são comercializadas vivas. Desses, algo em torno de 700 mil cabeças tem sido comercializadas nos últimos 20 anos para o nordeste brasileiro, em Estados que não tem a produção de matéria-prima nessa área”, contabiliza.

A partir de 2005/2006 o Pará começou a exportar boi vivo para o Líbano, depois Venezuela e hoje para o Egito. “O Pará atualmente representa 95% da exportação de boi vivo, em função da nossa pecuária e sobretudo da nossa condição portuária e logística. Os outros 5% são animais embarcados no Rio Grande do Sul”.
Fonte: Diário do Pará

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