Mecanismo pode permitir avanço em tecnologia e produtividade no setor
A pecuária brasileira precisa democratizar o crédito e a tecnologia para avançar em produtividade. A afirmação é do diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Fernando Sampaio, que participou nesta segunda-feira, 5, do o painel Expansão da produtividade para o aumento da oferta, no 12º Congresso Brasileiro do Agronegócio, em São Paulo.
“Há duas ferramentas para avançarmos em produtividade na pecuária: tecnologia e crédito. Temos ambas. Mas o problema é que o acesso ainda é complicado. Temos que democratizar o crédito para avançar em tecnologia. E o acesso à tecnologia precisa ser mais difundido ao setor”, afirma
Na pecuária, conforme Sampaio, o uso de tecnologia permite avanços no setor de cria. “Com a integração com a agricultura, por opção de maior rentabilidade do produtor, é o segmento da cria que está sendo empurrada para essas áreas, o que ajuda na incorporação de tecnologias para a atividade”, declara.
Conforme o diretor da Abiec mesmo com as limitações no acesso ao crédito e à tecnologia, o processo de aumento de produtividade está acontecendo na pecuária e se acelerou nos últimos 15 anos. “Muito foi por conta de queda da inflação, onde o boi deixa de ser uma poupança; e também pelo aumento de demanda externa e interna pela proteína”, diz.
Segundo ele, nos últimos 10 anos, a pecuária cedeu sete milhões de hectares para a agricultura. “Nas áreas onde a agricultura está entrando é possível que a produção de carne aumente, porque há a integração e a produção acaba sendo mais eficiente”, observa.
Sampaio projeta que até 2022 a agricultura vai ganhar mais 15 milhões de hectares, sendo 10 milhões de hectares oriundos da pecuária (em áreas de cerrado, no Maranhão, Piauí e Tocantins).
O pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária, Eduardo Delgado Assad, que também participou do painel, concorda que somente o uso intensivo de tecnologia fará a produção agropecuária brasileira aumentar. “Somente com a recuperação de pasto, por exemplo, temos condições de ter mais carbono no solo e evitar o desmatamento da Amazônia. E isso se reflete em aumento de produtividade”, avalia.
Fonte: Agência Estado
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