Meta é que todo o rebanho do Estado esteja identificado nos próximos cinco anos
O secretário da Agricultura do Rio Grande do Sul, Luiz Fernando Mainardi, protocolou nesta quinta-feira, 8, na Assembleia Legislativa, o Projeto de Lei do Sistema de Identificação do rebanho gaúcho. A meta é identificar, de forma compulsória, todos os bovinos do Estado (13,7 milhões de animais) em cinco anos, a partir de 2014.
O projeto prevê que o Estado pague os brincos e dispositivos eletrônicos para identificação. A iniciativa tem como objetivo coibir os abates clandestinos e ampliar os controle de trânsito de animais.
O Estado estima perdas anuais de R$ 60 milhões em impostos com o abate clandestino, o equivalente a 500 mil cabeças. A retomada dos abates dentro da lei deve trazer de volta este recurso, o que justifica o investimento previsto de R$ 15 milhões no primeiro ano no projeto de identificação.
Na próxima semana, de 12 a 15, Mainardi e representantes da comissão de Agricultura da AL visitarão o Uruguai para conhecer propriedades e frigoríficos na região de Colônia do Sacramento, além do Instituto Nacional de Carnes (INAC), com sede em Montevidéu. O país identificou todo o rebanho entre 2006 e 2011.
“Eles vão apresentar resultados de mercado e valorização do produto, mas também as dificuldades que encontraram no processo”, afirma a presidente da Câmara Setorial da Carne, Anna Suñe, entidade que formulou a proposta apresentada pelo governo gaúcho.
Entre os produtores, porém, há receio com a proposta. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Farsul), Carlos Sperotto, afirmou que a federação não é contra a rastreabilidade, mas a forma que a atividade foi proposta.
“Primeiro porque fere a legislação - a lei 12.097, de 2009 prevê a adesão voluntária - e, segundo, o projeto tem que ter sustentabilidade”, argumenta o dirigente.
O diretor administrativo da GAP Genética, de Uruguaiana, e presidente do Sindicato Rural do município, João Paulo Schneider, conhecido como Kaju, salienta que “a rastreabilidade/identificação ajuda muito o Estado a se distinguir. Mas não podemos apoiar porque temos problemas de infraestrutura muito mais importantes para serem resolvidos primeiro. Queremos o oito antes do 80.”
Confira reportagem sobre o tema na edição 394 de DBO.
Fonte: Portal DBO
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