(Foto: Thaiany Regina / Rural Centro)
Consultor de projetos que produzem carnes especiais, o engenheiro agrônomo Roberto Barcellos, diretor da Beef&Veal, é responsável por operacionalizar a cadeia produtiva para atender nichos cada vez mais específicos de consumidores
A necessidade sempre moldou as revoluções em todo mundo, sejam elas políticas, econômicas ou sociais. É a pressão por mudança que define as alterações necessárias para que novas alternativas surjam em substituição das anteriores. Na pecuária de corte, o avanço da agricultura e até das cidades sobre as zonas rurais, o aumento do custo de produção e o aumento de renda do brasileiro desde 1995 estão mudando a forma de se produzir carne bovina.
Produzir carne com mais qualidade para agregar valor é uma necessidade que vem em um ótimo momento. Os homens mais novos estão enxergando na culinária um de seus hobbies prediletos e os novos empreendimentos imobiliários já vem equipados com espaço gourmet. É essa a relação que faz o consultor Roberto Barcellos, hoje atuante em dez projetos de marcas de carnes.
Barcellos trabalhou pela primeira vez com um projeto de carne de qualidade em 2000, quando trabalhava na Fischer S/A Agropecuária, empresa do grupo Citrosuco, que implantou uma pecuária intensiva e verticalizou a produção, lançando a marca Fischer Beef. Alguns anos depois trabalhou na indústria, sendo responsável pelos programas de qualidade do Marfrig até 2011, quando retomou suas atividades como consultor. Veja a trajetória completa do profissional e quais são os desafios da carne bovina brasileira até se tornar carne de qualidade.
Rural Centro: Como você enxerga a produção brasileira de carne bovina?
Barcellos: Na média, a carne brasileira é de baixa qualidade, exportada para países que priorizam baixos preços. Os investimentos feitos em tecnologia na pecuária de corte nos últimos dez anos propiciaram trabalhar com animais mais pesados, mais jovens e com menos gordura. Projetando ao longo dos anos, teremos como resultado desta equação uma carne mais macia, mas sem sabor. Nós somos influenciados por projetos pontuais, que têm uma excelente carne, mas quando falamos de média, é commodity mesmo. Quem está acostumado a entrar em frigorífico, percebe que mais de 90% dos animais são desqualificados por não terem padrão de idade, peso e acabamento. Se eu invisto em genética, ganho em precocidade. Investimento em nutrição melhora o acabamento. É sempre uma melhora gradativa, mas longe ainda das demandas das carnes valorizadas no mundo.
Barcellos: Na média, a carne brasileira é de baixa qualidade, exportada para países que priorizam baixos preços. Os investimentos feitos em tecnologia na pecuária de corte nos últimos dez anos propiciaram trabalhar com animais mais pesados, mais jovens e com menos gordura. Projetando ao longo dos anos, teremos como resultado desta equação uma carne mais macia, mas sem sabor. Nós somos influenciados por projetos pontuais, que têm uma excelente carne, mas quando falamos de média, é commodity mesmo. Quem está acostumado a entrar em frigorífico, percebe que mais de 90% dos animais são desqualificados por não terem padrão de idade, peso e acabamento. Se eu invisto em genética, ganho em precocidade. Investimento em nutrição melhora o acabamento. É sempre uma melhora gradativa, mas longe ainda das demandas das carnes valorizadas no mundo.
Rural Centro: E o mercado consumidor desta carne de qualidade vinda de projetos especiais está aquecido?
Barcellos: Todo mundo quer qualidade. O problema é pagar por ela. Marca de carne no Brasil é para nicho. Existe uma tendência de crescimento absurdamente grande. Tem histórico de marcas de carne que nunca investiram em marketing e, quando investiram, a demanda aumentou em cinco vezes. Aí não tem produto em quantidade suficiente para abastecer o mercado. Estamos adormecidos nesse negócio. Grande parte das carnes importadas não chega ao consumidor final, vão direto para os restaurantes. Às vezes o consumidor come sem saber que é carne importadaou o próprio estabelecimento afirma que veio de outro país apenas para valorizar o produto, mesmo que a carne seja brasileira. Quando essa carne chegar ao consumidor final, será um grande boom. Repare que todo novo apartamento tem espaço gourmet ou churrasqueira. É uma demanda imediata sendo criada para produtos melhores. A nova geração, a Geração Y, tem a gastronomia como hobbie, uma coisa que o homem que hoje tem 60 anos raramente faz, que é ir para a cozinha. Já a minha geração é de transição, a gente vê bastante homem cozinhando,fazendo churrasco. Essa mudança vai acontecer rapidamente com as próximas gerações.
Barcellos: Todo mundo quer qualidade. O problema é pagar por ela. Marca de carne no Brasil é para nicho. Existe uma tendência de crescimento absurdamente grande. Tem histórico de marcas de carne que nunca investiram em marketing e, quando investiram, a demanda aumentou em cinco vezes. Aí não tem produto em quantidade suficiente para abastecer o mercado. Estamos adormecidos nesse negócio. Grande parte das carnes importadas não chega ao consumidor final, vão direto para os restaurantes. Às vezes o consumidor come sem saber que é carne importadaou o próprio estabelecimento afirma que veio de outro país apenas para valorizar o produto, mesmo que a carne seja brasileira. Quando essa carne chegar ao consumidor final, será um grande boom. Repare que todo novo apartamento tem espaço gourmet ou churrasqueira. É uma demanda imediata sendo criada para produtos melhores. A nova geração, a Geração Y, tem a gastronomia como hobbie, uma coisa que o homem que hoje tem 60 anos raramente faz, que é ir para a cozinha. Já a minha geração é de transição, a gente vê bastante homem cozinhando,fazendo churrasco. Essa mudança vai acontecer rapidamente com as próximas gerações.
Rural Centro: Como começa a sua história no mercado de carnes com valor agregado?
Barcellos: Eu trabalhei dez anos em vários projetos, basicamente no estado de São Paulo. O estado tem uma particularidade que é o alto valor da terra. Então, o pecuarista tem que ir além da eficiência de produção. As primeiras iniciativas foram em 2000. Eu trabalhei em uma empresa, que era a Fischer, da Citrosuco, e a gente lançou o Fischer Beef. A gente percebeu que tinha uma aceitação muito grande, principalmente em substituição às carnes importadas da Argentina e Uruguai, que mandam nesse mercado até hoje. Descobrimos que, por mais eficiente que a gente pudesse ser na pecuária, a atividade ficava com a rentabilidade muito baixa em comparação a outras.
Barcellos: Eu trabalhei dez anos em vários projetos, basicamente no estado de São Paulo. O estado tem uma particularidade que é o alto valor da terra. Então, o pecuarista tem que ir além da eficiência de produção. As primeiras iniciativas foram em 2000. Eu trabalhei em uma empresa, que era a Fischer, da Citrosuco, e a gente lançou o Fischer Beef. A gente percebeu que tinha uma aceitação muito grande, principalmente em substituição às carnes importadas da Argentina e Uruguai, que mandam nesse mercado até hoje. Descobrimos que, por mais eficiente que a gente pudesse ser na pecuária, a atividade ficava com a rentabilidade muito baixa em comparação a outras.
Rural Centro: Você pode nos relatar as oportunidades que vieram depois desse start na produção de carne de qualidade?
Barcellos: Depois de ficar cinco anos na Fischer, eu trabalhei em mais três grandes projetos de pecuária com intuito de verticalizar a produção, sempre trabalhando no programa e na marca das empresas. Em 2005, eu fui convidado para trabalhar na indústria pelo Sr. Marcos Molina. O Marfrig tinha assinado recentemente um contrato com a Associação Brasileira de Angus. De 2005 a 2010 eu fiquei no Marfrig como responsável pelos programas de qualidade. A partir de 2011, eu retomei a atividade de consultoria e comecei a montar projetos. Hoje eu estou envolvido diretamente com a produção de dez marcas de carne, desde a coordenação da produção (padronização genética, nutricional, sanidade e manejo), para garantir regularidade, porque uma marca precisa abater 52 semanas por ano. Em algumas marcas eu encerro com a carne desossada e entregue em São Paulo e em outras marcas eu vou até o ponto de venda, onde eu tenho loja própria e parcerias com lojas de carne no interior de São Paulo.
Barcellos: Depois de ficar cinco anos na Fischer, eu trabalhei em mais três grandes projetos de pecuária com intuito de verticalizar a produção, sempre trabalhando no programa e na marca das empresas. Em 2005, eu fui convidado para trabalhar na indústria pelo Sr. Marcos Molina. O Marfrig tinha assinado recentemente um contrato com a Associação Brasileira de Angus. De 2005 a 2010 eu fiquei no Marfrig como responsável pelos programas de qualidade. A partir de 2011, eu retomei a atividade de consultoria e comecei a montar projetos. Hoje eu estou envolvido diretamente com a produção de dez marcas de carne, desde a coordenação da produção (padronização genética, nutricional, sanidade e manejo), para garantir regularidade, porque uma marca precisa abater 52 semanas por ano. Em algumas marcas eu encerro com a carne desossada e entregue em São Paulo e em outras marcas eu vou até o ponto de venda, onde eu tenho loja própria e parcerias com lojas de carne no interior de São Paulo.
Rural Centro: Você citou que os primeiros trabalhos começaram em 2000. Isso é muito recente para consolidar um mercado?
Barcellos: A gente está engatinhando nesse negócio. Quem sempre dominou esse mercado são as carnes importadas. Os restaurantes não acreditavam que o Brasil tivesse condições de produzir uma carne tão boa. Eu fiz intercâmbio para entender como era o sistema de produção, raça, grau de sangue, idade e nutrição. Com a ajuda de muitos técnicos brasileiros, empresas de genética, de nutrição e sanidade, que tinham esse envolvimento em outros países, a gente começou a trocar informação, fazer viagens, visitas para EUA, Uruguai, Argentina e montamos um modelo em que o desafio era produzir uma carne padrão Argentina ou padrão Uruguai.
Barcellos: A gente está engatinhando nesse negócio. Quem sempre dominou esse mercado são as carnes importadas. Os restaurantes não acreditavam que o Brasil tivesse condições de produzir uma carne tão boa. Eu fiz intercâmbio para entender como era o sistema de produção, raça, grau de sangue, idade e nutrição. Com a ajuda de muitos técnicos brasileiros, empresas de genética, de nutrição e sanidade, que tinham esse envolvimento em outros países, a gente começou a trocar informação, fazer viagens, visitas para EUA, Uruguai, Argentina e montamos um modelo em que o desafio era produzir uma carne padrão Argentina ou padrão Uruguai.
Rural Centro: E por que a produção de carne de qualidade começou a dar certo no Brasil?
Barcellos: Percebemos que a carne que produzíamos tinha uma característica que a de Uruguai e Argentina não possuía. Como a carne deles é trabalhada para exportação, eles vão buscar o melhor mercado naquele momento. Quando eventualmente o Uruguai acessava os Estados Unidos e a Argentina acessava a Europa, o que vinha para o Brasil era uma carne com problema de vencimento, de segundo escalão. O primeiro estava comprometido com contratos muito mais rentáveis. Existem, historicamente, momentos de crise, de falta de oferta, problema de seca ou políticos. Esse comprador brasileiro estava machucado por isso. Em uma dessas oportunidades a gente começou a colocar a carne nacional e hoje tem cliente que usa 100% carne brasileira. Mas tudo começou porque nós passamos a oferecer algo que Uruguai e Argentina não tinham para o Brasil: padrão e regularidade.
Barcellos: Percebemos que a carne que produzíamos tinha uma característica que a de Uruguai e Argentina não possuía. Como a carne deles é trabalhada para exportação, eles vão buscar o melhor mercado naquele momento. Quando eventualmente o Uruguai acessava os Estados Unidos e a Argentina acessava a Europa, o que vinha para o Brasil era uma carne com problema de vencimento, de segundo escalão. O primeiro estava comprometido com contratos muito mais rentáveis. Existem, historicamente, momentos de crise, de falta de oferta, problema de seca ou políticos. Esse comprador brasileiro estava machucado por isso. Em uma dessas oportunidades a gente começou a colocar a carne nacional e hoje tem cliente que usa 100% carne brasileira. Mas tudo começou porque nós passamos a oferecer algo que Uruguai e Argentina não tinham para o Brasil: padrão e regularidade.
Rural Centro: Nesse momento o Brasil mudou sua característica de produzir carne?
Barcellos: O Brasil é produtor de commodity. Sempre vai ser pela dimensão e características do sistema de produção. Esses projetos específicos tendem a crescer porque quem puxa a demanda é o consumidor, que aprendeu, ao longo desses últimos dez anos, a identificar qualidade em outros produtos. Há dez ou quinze anos existia um vinho da garrafa azul que todo mundo tomava dele. Se você conversar com uma turma de uns 40 anos de idade, todo mundo sabe o nome do vinho porque era o único produto ao qual a gente tinha acesso. De dez anos pra cá, você vai a qualquer supermercado e tem 200 rótulos para escolher: do Chile, da Argentina, Portugal, etc.
Barcellos: O Brasil é produtor de commodity. Sempre vai ser pela dimensão e características do sistema de produção. Esses projetos específicos tendem a crescer porque quem puxa a demanda é o consumidor, que aprendeu, ao longo desses últimos dez anos, a identificar qualidade em outros produtos. Há dez ou quinze anos existia um vinho da garrafa azul que todo mundo tomava dele. Se você conversar com uma turma de uns 40 anos de idade, todo mundo sabe o nome do vinho porque era o único produto ao qual a gente tinha acesso. De dez anos pra cá, você vai a qualquer supermercado e tem 200 rótulos para escolher: do Chile, da Argentina, Portugal, etc.
Rural Centro: Qual é a possibilidade de o mercado de carnes de qualidade ensinar e fidelizar seus clientes?
Barcellos: Olhe para o café. O café começou essa questão do “gourmet” antes de outros produtos. Eu moro em uma cidade de 100 mil habitantes e no supermercado tenho de 20 a 30 marcas de café para escolher. Como essas marcas vão fidelizar o cliente? Previsibilidade. Aquela marca vai ser igual sempre. Tivemos isso no vinho, no café, no pão, no azeite, que virou produto de degustação. Tivemos isso com cerveja também. Basta olhar o boom de cervejas artesanais. Você tem duzentas marcas de cerveja e o mais engraçado é que as melhores são as nossas (risos). Mas esse mesmo consumidor, quando vai ao açougue, não tem essas opções. Ou ele pede carne para bife, para moer, de panela ou carne para churrasco. Existe um desencontro, não por culpa do consumidor, mas sim por falta de informação. A cadeia precisa fazer com que ele conheça novos cortes e maneiras de preparo.
Barcellos: Olhe para o café. O café começou essa questão do “gourmet” antes de outros produtos. Eu moro em uma cidade de 100 mil habitantes e no supermercado tenho de 20 a 30 marcas de café para escolher. Como essas marcas vão fidelizar o cliente? Previsibilidade. Aquela marca vai ser igual sempre. Tivemos isso no vinho, no café, no pão, no azeite, que virou produto de degustação. Tivemos isso com cerveja também. Basta olhar o boom de cervejas artesanais. Você tem duzentas marcas de cerveja e o mais engraçado é que as melhores são as nossas (risos). Mas esse mesmo consumidor, quando vai ao açougue, não tem essas opções. Ou ele pede carne para bife, para moer, de panela ou carne para churrasco. Existe um desencontro, não por culpa do consumidor, mas sim por falta de informação. A cadeia precisa fazer com que ele conheça novos cortes e maneiras de preparo.
Rural Centro: E como as novas marcas vão se estabelecer nas gôndolas?
Barcellos: Quando a gente chegar nesse ponto de criar uma demanda por produtos especiais, vamos ver o surgimento de filosofias. Quais vão se estabelecer? Aquelas que forem fiéis aos seus princípios. Orgânico, “grain feed”, “grass feed”, da raça A ou da raça B, mais ou menos saborosa, com ou sem marmoreio. Quando o consumidor estiver à frente de uma gôndola de carne e proceder do mesmo modo como ele se comporta na gôndola de outros produtos, ele vai começar a se fidelizar por marca e produto. Hoje, como não há previsibilidade, a fidelização é por preço ou pelo visual. A carne deve estar extra limpa, sem gordura, para ter algum diferencial de qualidade para a dona de casa. No caso de outras cadeias, em que há a tal da previsibilidade, tudo começa na origem, no plantio da uva, variedade, tipo de solo, clima, etc, por exemplo para fazer o vinho. Na pecuária é a mesma coisa. A previsibilidade não começa na indústria.
Barcellos: Quando a gente chegar nesse ponto de criar uma demanda por produtos especiais, vamos ver o surgimento de filosofias. Quais vão se estabelecer? Aquelas que forem fiéis aos seus princípios. Orgânico, “grain feed”, “grass feed”, da raça A ou da raça B, mais ou menos saborosa, com ou sem marmoreio. Quando o consumidor estiver à frente de uma gôndola de carne e proceder do mesmo modo como ele se comporta na gôndola de outros produtos, ele vai começar a se fidelizar por marca e produto. Hoje, como não há previsibilidade, a fidelização é por preço ou pelo visual. A carne deve estar extra limpa, sem gordura, para ter algum diferencial de qualidade para a dona de casa. No caso de outras cadeias, em que há a tal da previsibilidade, tudo começa na origem, no plantio da uva, variedade, tipo de solo, clima, etc, por exemplo para fazer o vinho. Na pecuária é a mesma coisa. A previsibilidade não começa na indústria.
Rural Centro: Por que a pecuária não consegue dar essa previsibilidade a um produto final?
Barcellos: Para isso acontecer, precisamos controlar o sistema de produção desde o nascimento. Hoje a indústria produz uma marca a partir de um universo heterogêneo de animais que chegam para serem abatidos naquele dia no curral do frigorífico. Impossível! Eu posso correr o risco de ter numa mesma caixa de picanha uma peça excelente, uma média e uma péssima. A culpa é da cadeia, que não está integrada e não está exigindo isso. Quem começa a exigir é o consumidor, que paga mais por um produto melhor e faz com que o varejista busque essa mercadoria junto à indústria, que por sua vez vai montar programas pra desenvolver fornecedores daquela matéria prima dentro das fazendas. É o que a gente vê hoje no programa de fomento do Marfrig, que financia a inseminação artificial em parceria com criadores e garante a compra da produção para recriar, engordar e, finalmente, ter padrão. A gente vê também que os programas de premiação por tipificação de carcaças ainda são falhos, pois avaliam somente peso, idade e acabamento. Definir raça, grau de sangue, alimentação e um sistema de produção já muda o patamar de qualidade quando comparado com a carne commodity, mas é só o primeiro passo, que deve ser superado por novos projetos que controlem toda a cadeia desde o nascimento, com garantia de origem, segurança alimentar, entre outros.
Barcellos: Para isso acontecer, precisamos controlar o sistema de produção desde o nascimento. Hoje a indústria produz uma marca a partir de um universo heterogêneo de animais que chegam para serem abatidos naquele dia no curral do frigorífico. Impossível! Eu posso correr o risco de ter numa mesma caixa de picanha uma peça excelente, uma média e uma péssima. A culpa é da cadeia, que não está integrada e não está exigindo isso. Quem começa a exigir é o consumidor, que paga mais por um produto melhor e faz com que o varejista busque essa mercadoria junto à indústria, que por sua vez vai montar programas pra desenvolver fornecedores daquela matéria prima dentro das fazendas. É o que a gente vê hoje no programa de fomento do Marfrig, que financia a inseminação artificial em parceria com criadores e garante a compra da produção para recriar, engordar e, finalmente, ter padrão. A gente vê também que os programas de premiação por tipificação de carcaças ainda são falhos, pois avaliam somente peso, idade e acabamento. Definir raça, grau de sangue, alimentação e um sistema de produção já muda o patamar de qualidade quando comparado com a carne commodity, mas é só o primeiro passo, que deve ser superado por novos projetos que controlem toda a cadeia desde o nascimento, com garantia de origem, segurança alimentar, entre outros.
Rural Centro: Como os concorrentes da carne bovina, como a avicultura e suinocultura, estão posicionados hoje no mercado?
Barcellos: Eles já têm a vantagem da velocidade do ciclo produtivo. O produto deles foi desenvolvido pela ciência para eficiência de produção. Ainda fazem a commodity ter valor agregado quando desenvolvem seus produtos. Conseguiram unir eficiência de produção com agregação de valor através da elaboração de produtos prontos, produtos temperados, hambúrgueres e empanados.
Barcellos: Eles já têm a vantagem da velocidade do ciclo produtivo. O produto deles foi desenvolvido pela ciência para eficiência de produção. Ainda fazem a commodity ter valor agregado quando desenvolvem seus produtos. Conseguiram unir eficiência de produção com agregação de valor através da elaboração de produtos prontos, produtos temperados, hambúrgueres e empanados.
Rural Centro: Por que a bovinocultura de corte ainda não conseguiu esse objetivo?
Barcellos: Porque produzir qualidade na pecuária de corte aumenta o custo de produção. Um dos únicos projetos que conciliam eficiência de produção com agregação de valor é o da carne light que o Pão de Açúcar lançou com a marca Taeq, criando a raça Rubia Gallega. Essa raça tem um elevado peso à desmama, alto índice de rendimento de carcaça, trazendo um grande resultado para o varejista e uma carne macia para uma dona de casa que vê a questão saúde em primeiro lugar. Esta é a única linha de projetos de marca que eu consigo ver equilíbrio de resultado entre todos os elos da cadeia produtiva.
Barcellos: Porque produzir qualidade na pecuária de corte aumenta o custo de produção. Um dos únicos projetos que conciliam eficiência de produção com agregação de valor é o da carne light que o Pão de Açúcar lançou com a marca Taeq, criando a raça Rubia Gallega. Essa raça tem um elevado peso à desmama, alto índice de rendimento de carcaça, trazendo um grande resultado para o varejista e uma carne macia para uma dona de casa que vê a questão saúde em primeiro lugar. Esta é a única linha de projetos de marca que eu consigo ver equilíbrio de resultado entre todos os elos da cadeia produtiva.
Rural Centro: Como ocorrerá a integração da cadeia da pecuária para que o aumento no custo de produção seja compensado?
Barcellos: Isso a gente não consegue forçar, será natural. Esse é o princípio de agregação dentro da cadeia. Se eu tenho um consumidor que quer o produto e que paga a mais por ele, o varejista vai buscar essa matéria-prima perante a indústria, a indústria recorre ao terminador e o terminador vai buscar o bezerro com o criador. O criador e o consumidor são os dois extremos da cadeia. A única forma de aumentar o preço com consistência, não somente 5% para mais ou para menos, é aumentando consumo e demanda por carne de valor agregado. Hoje o produto é entregue de mão beijada para o varejista. Ele faz a limpeza, embala e vende com baita valor agregado.
Barcellos: Isso a gente não consegue forçar, será natural. Esse é o princípio de agregação dentro da cadeia. Se eu tenho um consumidor que quer o produto e que paga a mais por ele, o varejista vai buscar essa matéria-prima perante a indústria, a indústria recorre ao terminador e o terminador vai buscar o bezerro com o criador. O criador e o consumidor são os dois extremos da cadeia. A única forma de aumentar o preço com consistência, não somente 5% para mais ou para menos, é aumentando consumo e demanda por carne de valor agregado. Hoje o produto é entregue de mão beijada para o varejista. Ele faz a limpeza, embala e vende com baita valor agregado.
Rural Centro: Além da integração da cadeia, em que aspectos a pecuária brasileira ainda tem que evoluir?
Barcellos: O Brasil ainda tem muito a melhorar. A gente está fazendo inseminação artificial em volumes crescentes, o que propicia evolução rápida através de uma tecnologia de fácil acesso, mas temos um problema. Avaliamos o mérito genético do touro e em nenhum momento avalia-se o mérito genético das vacas. Outro ponto: pela atividade de cria ser a de menor rentabilidade dentro da fazenda, existe um discurso, que eu gostaria de saber quem criou, de que as vacas têm que ficar na pior condição de pastagem. Não pode! Essa vaca está em um processo de gestação de um futuro animal que tem alto potencial genético, que será futuramente desmamado, recriado e engordado para o abate. Se tem um ponto que a gente engatinha é a cria. A bola da vez, na minha leitura, seja em ciclos completos ou atividades específicas, será no investimento em conhecer o mérito genético das matrizes e saber o real impacto da nutrição no período de gestação dessas vacas, definindo o potencial produtivo do animal. Cada dia que passa a comercialização de animais desmamados por quilo aumenta. Desmamar um animal mais pesado será cada vez mais importante também para a eficiência econômica. Para isso acontecer, eu preciso dar condição para a vaca. A partir daí, uma coisa puxa a outra. Eu vejo que a próxima grande intervenção na pecuária brasileira terá que ser na cria. Isso vai envolver sanidade, nutrição, manejo e genética.
Barcellos: O Brasil ainda tem muito a melhorar. A gente está fazendo inseminação artificial em volumes crescentes, o que propicia evolução rápida através de uma tecnologia de fácil acesso, mas temos um problema. Avaliamos o mérito genético do touro e em nenhum momento avalia-se o mérito genético das vacas. Outro ponto: pela atividade de cria ser a de menor rentabilidade dentro da fazenda, existe um discurso, que eu gostaria de saber quem criou, de que as vacas têm que ficar na pior condição de pastagem. Não pode! Essa vaca está em um processo de gestação de um futuro animal que tem alto potencial genético, que será futuramente desmamado, recriado e engordado para o abate. Se tem um ponto que a gente engatinha é a cria. A bola da vez, na minha leitura, seja em ciclos completos ou atividades específicas, será no investimento em conhecer o mérito genético das matrizes e saber o real impacto da nutrição no período de gestação dessas vacas, definindo o potencial produtivo do animal. Cada dia que passa a comercialização de animais desmamados por quilo aumenta. Desmamar um animal mais pesado será cada vez mais importante também para a eficiência econômica. Para isso acontecer, eu preciso dar condição para a vaca. A partir daí, uma coisa puxa a outra. Eu vejo que a próxima grande intervenção na pecuária brasileira terá que ser na cria. Isso vai envolver sanidade, nutrição, manejo e genética.
Rural Centro: Essa mudança genética passa pelo uso do cruzamento industrial?
Barcellos: A vida inteira eu trabalhei com cruzamento e o enxergo como um atalho. Todos os dez projetos de carne de qualidade com os quais eu trabalho são baseados em cruzamento industrial. Não que o Nelore não possibilite um trabalho específico de agregação de valor, mas o consumidor está demandando, neste momento, um produto parecido com as carnes argentinas e uruguaias, daí a obrigatoriedade de cruzamento com as raças britânicas. Nossas matrizes Nelore apresentam origens variadas e uma padronização somente visual, mas não genética. Com o cruzamento, a gente tem mais velocidade. As vendas de sêmen de touros Angus somam três milhões de doses por ano. Projetando esse de volume dentro do rebanho, constata-se que estamos mudando o perfil do rebanho bovino brasileiro. Então se eu fosse contratado para um projeto de carne com objetivo de trazer resultado, eu teria dois caminhos: ou investir no melhoramento do meu rebanho Nelore ou realizar o cruzamento. Os dois iriam funcionar. Só que com cruzamento, funciona de um ano pra outro. Se for só com Nelore, vai levar quatro, seis, oito anos. E tempo é dinheiro.
Barcellos: A vida inteira eu trabalhei com cruzamento e o enxergo como um atalho. Todos os dez projetos de carne de qualidade com os quais eu trabalho são baseados em cruzamento industrial. Não que o Nelore não possibilite um trabalho específico de agregação de valor, mas o consumidor está demandando, neste momento, um produto parecido com as carnes argentinas e uruguaias, daí a obrigatoriedade de cruzamento com as raças britânicas. Nossas matrizes Nelore apresentam origens variadas e uma padronização somente visual, mas não genética. Com o cruzamento, a gente tem mais velocidade. As vendas de sêmen de touros Angus somam três milhões de doses por ano. Projetando esse de volume dentro do rebanho, constata-se que estamos mudando o perfil do rebanho bovino brasileiro. Então se eu fosse contratado para um projeto de carne com objetivo de trazer resultado, eu teria dois caminhos: ou investir no melhoramento do meu rebanho Nelore ou realizar o cruzamento. Os dois iriam funcionar. Só que com cruzamento, funciona de um ano pra outro. Se for só com Nelore, vai levar quatro, seis, oito anos. E tempo é dinheiro.
Rural Centro: Resolvidas as questões técnicas, como você trabalha na criação de uma marca, incluindo a comunicação e o marketing, mais especificamente?
Barcellos: Eu me envolvo em todas as etapas, inclusive no desenvolvimento de layout, obviamente com a ajuda de profissionais. O diferencial do produto, às vezes, não é sua característica, mas a história que vem com ele. Eu escutei um uruguaio falando em um simpósio no Rio Grande do Sul que a dona de casa não quer saber se animal tem dois dentes, gordura uniforme ou qual o peso do bovino. Quer saber quem produziu e de onde veio. A rastreabilidade tem um peso muito grande para o consumidor. Não tem para nós, que estamos envolvidos na produção e achamos um transtorno essa identificação e a gestão desses dados, mas se estivéssemos integrados na cadeia, saberíamos que é de extrema importância paro o consumidor final. Pode ser que demore cinco anos, mas vai chegar o momento de priorizar a rastreabilidade animal.
Barcellos: Eu me envolvo em todas as etapas, inclusive no desenvolvimento de layout, obviamente com a ajuda de profissionais. O diferencial do produto, às vezes, não é sua característica, mas a história que vem com ele. Eu escutei um uruguaio falando em um simpósio no Rio Grande do Sul que a dona de casa não quer saber se animal tem dois dentes, gordura uniforme ou qual o peso do bovino. Quer saber quem produziu e de onde veio. A rastreabilidade tem um peso muito grande para o consumidor. Não tem para nós, que estamos envolvidos na produção e achamos um transtorno essa identificação e a gestão desses dados, mas se estivéssemos integrados na cadeia, saberíamos que é de extrema importância paro o consumidor final. Pode ser que demore cinco anos, mas vai chegar o momento de priorizar a rastreabilidade animal.
Rural Centro: Você acredita que o sucesso de uma marca de carne estará ligado à região onde foi produzida?
Barcellos: Isso é marketing. Essa Denominação de Origem Controlada (DOC) é muito usada na Europa como forma de defesa de contrabando. Eu vejo que vai ter valor dentro da cadeia. Por exemplo, a carne orgânica do pantanal, a carne a pasto do Mato Grosso do Sul, a carne de confinamento que usa cevada ou a carne do Rio Grande do Sul, produzida nas pastagens nativas. Tem espaço para todas. Se estiver alinhada entre qualidade e preço, cria-se uma demanda de clientes que vão se fidelizar com a proposta. Não existe produto caro, existe sim produto desalinhado com a expectativa do consumidor. No vinho, no azeite, na cerveja, no pão. Se além da história, da origem, o produto tiver qualidade, aí é o mundo perfeito. A gente se engana e acha que procedência, garantia de origem e rastreabilidade garantem qualidade. São coisas distintas. Uma coisa é certificado de processo, outra é de produto. Pra eu tirar dez na prova, eu preciso ter alta qualidade de produto com certificação do processo produtivo.
Barcellos: Isso é marketing. Essa Denominação de Origem Controlada (DOC) é muito usada na Europa como forma de defesa de contrabando. Eu vejo que vai ter valor dentro da cadeia. Por exemplo, a carne orgânica do pantanal, a carne a pasto do Mato Grosso do Sul, a carne de confinamento que usa cevada ou a carne do Rio Grande do Sul, produzida nas pastagens nativas. Tem espaço para todas. Se estiver alinhada entre qualidade e preço, cria-se uma demanda de clientes que vão se fidelizar com a proposta. Não existe produto caro, existe sim produto desalinhado com a expectativa do consumidor. No vinho, no azeite, na cerveja, no pão. Se além da história, da origem, o produto tiver qualidade, aí é o mundo perfeito. A gente se engana e acha que procedência, garantia de origem e rastreabilidade garantem qualidade. São coisas distintas. Uma coisa é certificado de processo, outra é de produto. Pra eu tirar dez na prova, eu preciso ter alta qualidade de produto com certificação do processo produtivo.
Rural Centro: E quanto ao confinamento de animais, acredita que o mercado consumidor tem preconceito?
Barcellos: Por que tem gente que reclama do gosto da carne do animal confinado? Porque de fato tem um problema. Mas a gente penaliza todo um segmento em função de alguns erros técnicos que acontecem porque a indústria não trabalha a rastreabilidade como deve trabalhar. Elas trabalham a carne commodity, o que torna o consumo uma loteria. A gente tem vários motivos que prejudicam o gosto do produto final. Problemas no processo industrial, transporte, armazenamento, vácuo, excesso de maturação. Mas todo mundo conhece um só: carne com gosto ruim é porque o animal foi confinado. O Brasil só confina no segundo semestre. Então não existe problema no primeiro semestre? Claro que existe, mas falta informação ao consumidor sobre confinamento. Nos dez projetos em que sou responsável, todos terminam os animais em confinamento e todos têm proibição do uso de caroço de algodão. Esse assunto gera dois dias de discussão técnica, mas não quero nem entrar na discussão. Em nenhum momento meu consumidor terá margem para reclamar porque ele saberá que nenhum animal teve acesso ao produto. Eu elimino o problema na origem, não preciso ficar justificando. Garanto isso ao consumidor através do manual da marca.
Barcellos: Por que tem gente que reclama do gosto da carne do animal confinado? Porque de fato tem um problema. Mas a gente penaliza todo um segmento em função de alguns erros técnicos que acontecem porque a indústria não trabalha a rastreabilidade como deve trabalhar. Elas trabalham a carne commodity, o que torna o consumo uma loteria. A gente tem vários motivos que prejudicam o gosto do produto final. Problemas no processo industrial, transporte, armazenamento, vácuo, excesso de maturação. Mas todo mundo conhece um só: carne com gosto ruim é porque o animal foi confinado. O Brasil só confina no segundo semestre. Então não existe problema no primeiro semestre? Claro que existe, mas falta informação ao consumidor sobre confinamento. Nos dez projetos em que sou responsável, todos terminam os animais em confinamento e todos têm proibição do uso de caroço de algodão. Esse assunto gera dois dias de discussão técnica, mas não quero nem entrar na discussão. Em nenhum momento meu consumidor terá margem para reclamar porque ele saberá que nenhum animal teve acesso ao produto. Eu elimino o problema na origem, não preciso ficar justificando. Garanto isso ao consumidor através do manual da marca.
Rural Centro: Discutir carne de qualidade cabe ao produtor, à indústria ou ao varejo?
Barcellos: É uma discussão entre todos. Todos os participantes da cadeia produtiva da carne bovina deveriam separar uma porcentagem do faturamento e investir em marketing com o objetivo de aumentar o consumo de carne. Só aumentando o consumo de carne a gente vai ver a valorização da cadeia. A gente está com a mesma relação comercial produtor/indústria de trinta anos atrás. A relação entre indústria e varejista é a mesma há vinte anos. O que está mudando é a relação entre varejista e consumidor. Se todo mundo trabalhar em favor do consumidor, pode ser que demore, mas estaremos alinhados com quem quer qualidade. Até porque se for só preço, o frango e o suíno são mais baratos.
Barcellos: É uma discussão entre todos. Todos os participantes da cadeia produtiva da carne bovina deveriam separar uma porcentagem do faturamento e investir em marketing com o objetivo de aumentar o consumo de carne. Só aumentando o consumo de carne a gente vai ver a valorização da cadeia. A gente está com a mesma relação comercial produtor/indústria de trinta anos atrás. A relação entre indústria e varejista é a mesma há vinte anos. O que está mudando é a relação entre varejista e consumidor. Se todo mundo trabalhar em favor do consumidor, pode ser que demore, mas estaremos alinhados com quem quer qualidade. Até porque se for só preço, o frango e o suíno são mais baratos.
| Marcas de carnes administradas pela Beef&Veal Consultoria |
Baboo Beef
- Produção: animais produzidos pela empresa Beef&Veal, 100% novilhas com mínimo de 50% sangue britânico e garantia de maciez; - Idade de abate: até 20 meses; - Venda: boutique de carne em Valinhos/SP, na Rua Dr. Eraldo Aurélio Franzese, nº 15, no Bairro Ouro Verde. - Telefone: (19) 3871 2014 / (19) 3871 2506 / (19) 9649 6600 (Marcel Ponce). - Site: facebook.com/baboobeef | |
Bonsmara Beef
- Produção: grupo seleto de pecuaristas parceiros do programa em PR/SP/MS/GO/MT; - Raça: animais tricross (50% Bonsmara / 25% nelore / 25% britânica (Angus ou Hereford); - Idade de abate: 20 a 30 meses de idade - Venda: varejo próprio em São Paulo (Rua Joaquim Floriano, nº 1144, Bairro Itaim) e fornecimento a restaurantes e steakhouses. - Telefone: (11) 3071 2008 - Site: www.bonsmarabeef.com.br | |
Carne Jaguaretê
- Produção: animais 100% europeus (50% continental e 50% Britânico) produzidos no Rio Grande do Sul e advindos do programa de fomento à genética Simental Jaguaretê em matrizes britânicas. Carne certificada pela Associação Brasileira do Simental produzida por animais recriados em pastagens de aveia e azevém, terminados em confinamento no Rio Grande do Sul; - Idade de abate: até 20 meses; - Venda: lojas parceiras e fornecimento a restaurantes e steakhouses. - Telefone: (51) 3287 7844 - Site: www.jaguarete.com.br | |
Confraria da Carne
- Produção: animais produzidos pela empresa Beef&Veal (100% novilhas com mínimo 50% de sangue britânico) com garantia de maciez; Idade de abate: até 20 meses; - Venda: boutique de carne em Botucatu/SP, na Rua Visconde do Rio Branco, nº 1145, Bairro Centro; - Telefone: (14) 3882 7733 - Site: facebook.com/confrariadacarne | |
Del Ganado (marca ok em anexo – baixa resolução)
- Produção: animais produzidos pela empresa Beef&Veal, 100% novilhas com mínimo de 50% sangue britânico e garantia de maciez; - Idade de abate: até 20 meses; - Venda: boutique de carne em Bauru, na Rua Neder Issa, nº 1-11; - Telefone: (14) 3243 5590 - Site: facebook.com/delganado | |
Guapiara Farm Beef - Produção: animais oriundos da genética Brangus Guapiara, vindos das cidades paranaenses de Imbituva e São Mateus do Sul, recriados em pastagens de aveia e azevém e terminados em confinamento no RS, com 100% de produção própria; - Raça: animais Brangus (62,5% de sangue Angus e 37,5% sague Brahman); -Idade de abate: até 20 meses; - Venda: lojas parceiros no interior de São Paulo e no Paraná. - Site: www.agroguapiara.com.br | |
Pasturas Beef
- Produção: animais produzidos pela empresa Beef&Veal, 100% novilhas com mínimo de 50% sangue britânico e garantia de maciez; - Idade de abate: até 20 meses; - Venda: boutique de carne em São José do Rio Preto, na Rua Francisco Giglioti, nº 446, Vila Santa Cândida. - Telefone: (17) 8150 1879 - Site: www.pasturasbeef.com.br | |
The Farmers
- Produção: animais produzidos pela empresa Beef&Veal, 100% novilhas com 100% sangue britânico. Garantia de maciez e sabor intenso; - Idade de abate: até 20 meses; - Vendas online pelo site http://www.thefarmers.com.br/ | |
Ventura Beef
- Produção: animais produzidos pela empresa Beef&Veal, 100% novilhas com mínimo de 50% sangue britânico e garantia de maciez; - Idade de abate: até 20 meses; - Venda: boutique de carne em São Paulo/SP, na Av. Júlio Buono, nº 1866, Vila Gustavo. - Telefone: (11) 2982 7070 | |
Vila Beef - Produção: animais produzidos pela empresa Beef&Veal, 100% novilhas com mínimo de 50% sangue britânico e garantia de maciez; - Idade de abate: até 20 meses; - Venda: boutique de carne em Ribeirão Preto, na Av. Portugal, nº 1148. Além dos cortes especiais, carnes complementares e frios fazem parte das opções do estabelecimento. - E-mail: contato@vilabeef.com.br - Site: facebook.com/vilabeef |
Fonte: José Luiz Alves Neto / Rural Centro
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