sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Conheça a evolução dos programas de carne certificada pelo USDA nos EUA, em mais de 30 anos desde a primeira marca de carne

A prosperidade de qualquer indústria depende da demanda dos consumidores, bem como a inclusão da indústria de carne bovina e a comunidade pecuária, afirma Nevil Speer, que trabalha com Ciência Animal, na Western Kentucky University.
Em um de seus trabalhos, intitulado “Consumidores, Negócios e Sistemas de Cria: traçando o caminho da indústria de carne bovina”, Speer salienta que as implicações são claras, visto que todas as decisões de negócios na fazenda, ou em qualquer lugar na cadeia de fornecimento de carne bovina, devem ser feitas com base na demanda dos consumidores.
O pensamento tradicional leva os negócios de commodities a constantemente encarar a mesma questão: “O que os mercados vão fazer?”.
Esse paradigma implica em uma mentalidade tomadora de preços, a qual  falha em conectar de verdade aos sinais que os consumidores enviam para estabelecer os preços. Diante da maior demanda por carne bovina, de maior qualidade, as ofertas escassas e as margens menores, são tomadores de preços que levam ao risco de ser deixado para trás.
Dentro de uma nova mentalidade, o sucesso significa fornecer qualidade, consistência, eficiência e volume em toda uma gama de produtos e atributos. Isso requer sair do sistema de commoditie para aumentar a adoção de uma produção mais especializada.
Existem 6 milhões a menos de vacas de corte nos Estados Unidos comparado-se  há 17 anos e a oferta de gado para engorda, de 35,6 milhões de cabeças, representa menos de 2,5 vezes a atual capacidade de engorda. Assim sendo, esta quantidade não é suficiente para fornecer curvas normais de gado, muito menos fornecer oportunidades para pastagem estendida ou retenção de novilhas. A escassez traz mais foco na oportunidade para capturar “novos dólares” derivados somente dos consumidores.
Seguindo o exemplo dos varejistas de alimentos de manter os custos baixos e os lucros altos, colocando nas prateleiras e nos departamentos de carnes somente o que está vendendo, a indústria de carne bovina fez alianças e entrou em programas de certificação de carne bovina.
Levou 20 anos depois que a marca Certified Angus Beef foi primeiramente certificada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em 1978,  para que 10 mais programas fossem adicionados. Nos 13 anos desde então, 129 novos programas foram introduzidos, quase 80% dos quais baseados em Angus. Segundo Speers isto aponta para uma diferenciação de mercado crescente, diante de uma crise financeira.
As classificações de qualidade do USDA estão associadas com níveis mais altos de marmoreio, o que geralmente leva a uma maior probabilidade de uma experiência favorável ao consumo. Em particular, maiores graus de marmoreio estão positivamente associados com porcentagens “A-stamp” do USDA, com aqueles animais que apresentam maior probabilidade de ter classificação Choice.
Assim sendo, Speer ressalta que o efeito de estabelecer uma demanda positiva significa prosperidade, ou seja, mais consumidores comprando, mais carne bovina a preços mais altos.
O crescimento nesse mercado fala por si mesmo, ou seja, o valor das vendas semanais combinadas de USDA Prime e produtos de marca (uma função do volume e do preço) aumentou em quase 400% desde 2003 e agora representa quase US$ 4 bilhões por ano.
Considerando a previsão de uma oferta cada vez mais apertada, sua ênfase e sua influência na cadeia de fornecimento provavelmente será amplificada. Quaisquer que sejam os alvos que se desenvolvam com o tempo, haverá grande pressão para manter a genética e os sistemas de cria capazes de fornecer produtos de carne bovina de alta qualidade junto com cadeias de fornecimento sincronizadas que facilitem esses atributos.
Com dados de pesquisa e mercado informando que os consumidores se identificam com marcas quando compram carne, esses são os programas, melhor posicionados, para aproveitar a cadeia de fornecimento integrada que pode influenciar a indústria a abandonar a mentalidade de “tomadora de preço”.
O ciclo virtuoso é uma espécie de profecia auto-realizável, uma vez que a produção de produtos de maior qualidade e mais desejáveis estabelece uma demanda melhor dos consumidores e, por sua vez, uma melhor demanda cria a necessidade de carne bovina com ainda mais qualidade.
Fonte:  Drovers, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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