Fabiano Tito Rosa, gerente executivo de Business Intelligence da Minerva Foods, comentou o artigo de Miguel Cavalcanti: Uma visão mais ampla e madura do mercado de carne bovina de qualidade.
Confira comentário na íntegra:
fonte: BeefpointMiguel, parabéns pelo texto e pelo evento, o qual consegui acompanhar alguns trechos.Interessante distinguir commodity de carne com valor agregado, mas é preciso ter cuidado para não passar a impressão de que commodity é sinônimo de “qualquer porcaria”, de falta de padrão.Na verdade, toda commodity tem ou precisa ter um padrão, pois o termo se refere justamente a um produto homogêneo, sem diferenciação. Na carne bovina isso é bastante complicado, em função da heterogeneidade de ambiente, raças, sistemas de produção, etc, além das diferentes exigências de mercado; mas é possível tentar colocar alguns parâmetros.Em linhas gerais, sem estender muito o assunto, animais até 36 meses, com pH 5,9 abaixo, cobertura de escassa para mediana, ao redor de 21 arrobas, atendem bem às exigências dos principais mercados (mais jovens e com melhor cobertura de gordura, marmoreio, etc. já vão caminhando para as linhas prime/nicho), em linha, portanto, com as necessidades dos frigoríficos e acredito também dos produtores – uma pecuária eficiente tem que acelerar giro, abater animais jovens e colocar peso em carcaça). Seria mais ou menos esse o padrão desejável da commodity carne bovina.Porém, boi inteiro mal manejado entrega cobertura de gordura de escassa para ausente – 60% dos animais abatidos pelo Minerva em 2013- muito problema de pH, etc. Sem contar problemas antigos que ainda são muito presentes, como as questões de contusão, abscesso de vacinação (só em 1 unidade nossa, no mês de fevereiro, foram mais de 3 toneladas de carne perdida por abscesso).Temos também problemas novos, como a questão de resíduos de produtos veterinários, que merecem mais atenção e compreensão.A qualidade da nossa commodity tem que melhorar muito ainda, até porque, mesmo os mercados “não-nicho” têm aumentado muito o nível de exigências; essa é uma tendência. Temos que tomar cuidado de não focar demais as discussões nos 2% (800 mil cabeças) e do que ainda temos a melhorar, produtores e frigoríficos, junto aos 98% (39,2 milhões).
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