Pablo Paiva, médico veterinário e gerente de produtos da Merial, comentou o artigo de Miguel Cavalcanti: Uma visão mais ampla e madura do mercado de carne bovina de qualidade.
Confira comentário na íntegra:
fonte: BeefpointMiguel, primeiramente parabéns pelo levantamento dos tópicos em seu artigo. Também sou um entusiasta da carne e acredito muito no futuro desse mercado. Penso eu que no passado existia uma distância muito grande entre o pecuarista – produtor do boi- e o consumidor. O engraçado é que o pecuarista também era – e continua sendo- consumidor da carne produzida.Atualmente venho escutando vários pecuaristas a pensarem em agregar valor na carne que produzem. Particularmente acho isso fantástico, pois a exemplo de outros produtos que você mesmo citou, é um dos melhores caminhos para se melhorar a lucratividade e também profissionalização do setor.Ponto 1: temos por um lado pecuaristas que não querem mais produzir boi, mas sim produzir carne e entender como agregar valor dentro da porteira.Agora vamos partir para outro ponto da cadeia que é o fornecedor da carne, ou seja, a casa de carnes. Hoje em dia, os grandes centros e até cidades médias estão preparadas para receber casas de carnes diferenciadas. Isso se deve muito ao acesso a informação que a maioria das pessoas tem. Frequentemente me perguntam ou comentam: “o que é essa tal carne de Angus?” Ou “e esse boi japonês, a carne é boa mesmo?”, “Essa carne de Nelore está fantástica”… e fico muito satisfeito com isso, pois acredito que de uma forma ou de outra, nós profissionais estamos contribuindo para isso.Recentemente tive a oportunidade de estudar bastante esse mercado de boutiques de carne e visitar várias delas – incluindo o investimento nas carnes em todas as visitas- :-) , um dos pontos vulneráveis que você citou acima eu tive a chance de presenciar, foi um cliente buscar determinado tipo de carne (uma marca x) e não encontrar pela 3a vez na casa Y e comentar que as marcas que tinham lá ele encontrava no supermercado perto da casa dele e por preço mais barato.Para quem trabalha com marketing e com agregação de valor em produtos, isso é extremamente frustante. Para casas de carne, a busca de produtos “exclusivos” é super importante, principalmente para os cortes do final de semana. Nos produtos do dia-a-dia, a comodidade, criação de embalagens, e outros pontos será fundamental.Ponto 2: casas de carne que querem se transformar em boutiques de carne, ou ter produtos exclusivos com alto valor agregado, precisam conhecer a produção dentro da porteira.Unindo-se os pontos 1 e 2, acredito muito que trabalhos como o do próprio Roberto Barcellos e outros no mesmo sentido vão cada vez mais aumentar. Incluo também a expansão da verticalização, principalmente nos casos de pecuaristas capitalizados que querem levar seu produto na ponta com maior valor.
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