Técnicos chegam hoje ao Rio Grande do Sul e avaliarão condições de bovinos gaúchos e abates rastreados
Patrícia Comunello
Técnicos da União Europeia (UE) chegam hoje ao Estado para dar início a três dias de vistorias de abates e propriedades de pecuária de corte bovina. A última missão da UE para inspecionar as condições de produção e de processamento da carne que é exportada à região ocorreu em setembro de 2011. O foco dos técnicos será principalmente os controles de fluxo de animais desde as propriedades até a etapa industrial com aplicação do sistema de rastreabilidade com erro zero, exigência da comunidade europeia.
A primeira parada será em Bagé, na planta do Marfrig, uma das sete unidades de abates que estão em operação e habilitadas à exportação. A empresa, uma das maiores no mundo em processamento de proteína vermelha, tem quatro (três de abate e uma de corned-beef). Amanhã e na sexta-feira será a vez de duas fazendas com terminação de bois serem inspecionadas. Uma fica também em Bagé, e a outra na vizinha Dom Pedrito. Os locais foram sorteados há 15 dias, explica Anna Suñe, supervisora regional em Bagé do Departamento de Defesa Agropecuária (DDA), ligado à Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa).
O Rio Grande do Sul dá a largada nessa nova missão. Também serão visitados Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo. O Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirmou ontem que os técnicos (seis a oito) já estão no Brasil e esclareceu que só comentará o resultado das inspeções após a conclusão do roteiro, previsto para se prolongar até o fim deste mês. A data da conclusão não foi informada e nem número de plantas e total de propriedades nos quatro estados. O Brasil é hoje o maior exportador de carne vermelha no mundo, com quase 50% do volume. A UE é o terceiro destino. Para o Estado, foi o Segundo até agosto.
Na última missão destinada a verificar cumprimento de regras para vender carne bovina, o Estado ficou fora. Foram vistoriadas propriedades e plantas em São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, segundo o Mapa. Em 2013, o País recebeu representantes da região que soma 28 estados-membros e é considerada uma das mais apetitosas clientes para o fluxo externo devido à valorização recebida pela carne brasileira.
Hoje, o potencial, estabelecido por cotas, não é alcançado pelo produto local, e o subaproveitamento é atribuído à baixa adesão ao Sistema Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Bovinos e Bubalinos (Sisbov). No Estado, são cerca de 150, mas o número reduziu nos últimos anos.
Desde 2007 com rastreabilidade, o produtor Olavo Almeida de Salles, de Dom Pedrito, terá pela primeira vez uma das duas propriedades, a Estância Santa Luisa, na mira dos europeus. “Fiquei sabendo há 15 dias que havia sido sorteado. A gente fica preocupado, pois a responsabilidade é muito grande”, comentou o pecuarista, que fornece cerca de 1,5 mil cabeças por ano para abate na unidade do Marfrig em Bagé. “Não pode ter falha humana no controle e lançamento de informações no sistema.”
O pecuarista ressalta o custo para o rastrearmento, avaliado entre R$ 30,00 e R$ 40,00 por animal. O produtor recebe, em média, R$ 100,00 a mais por carcaça do frigorífico, comparado à matéria-prima fora do Sisbov. “Dá trabalho e muita despesa, mas é importante para conquistar mercado.”
“O procedimento é padrão, não há motivo para preocupação. As exigências foram encaminhadas de forma positiva”, tranquiliza Anna, que também é auditora na região do sistema de rastreabilidade federal. A supervisora do DDA, que acompanhará a visita às duas fazendas, cita que o fluxo intenso de animais entre propriedades para engorda é uma das marcas da produção gaúcha, o que eleva a vigilância sobre os controles. Os técnicos devem atentar para documentação e registro no sistema, checando chip (brinco) usado pelos animais e o lançamento de dados.
O gerente regional da Marfrig no Estado, Rui Mendonça, comentou que a vistoria é de rotina e que não espera nenhuma dificuldade. A unidade estaria, portanto, adequada às especificações para exportar. O volume de abates, Segundo Mendonça, mantém-se. Mendonça citou ainda que, há 15 dias, missão de técnicos dos Estados Unidos esteve na planta de Hulha Negra, especializada em corned-beef. Sobre o impasse em torno da rastreabilidade bovina no Estado, o executivo apontou que “espera construir um caminho”. A indústria opera com ociosidade e busca garantia de fornecimento de matéria-prima para manter aberta a planta de Alegrete.
Levantamento do economista Guilherme Risco, da Fundação de Economia e Estatística (FEE), mostrou receita com exportações à UE de US$ 5,2 milhões nos primeiros oito meses, cifra 17% maior que a de 2013 no mesmo período. O desempenho do mercado do bloco comum europeu ficou abaixo da taxa global de expansão do segmento na divisa gaúcha, de 43,4%, somando US$ 44 milhões ante US$ 30,7 milhões.
Hong Kong é o grande comprador hoje, gerando mais da metade da receita, US$ 22,8 milhões até agosto. A UE perdeu representatividade na matriz externa do Estado, saindo da fatia de 14,3% da receita no ano passado para 11,7% neste ano.
No Brasil, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) apurou, até setembro, receita de US$ 5,3 bilhões, 10,87% acima do mesmo período de 2013. A UE foi a Terceira maior importadora, respondendo por US$ 663,9 milhões, 91,9 mil toneladas.
Fonte: Jornal do Comércio
Técnicos da União Europeia (UE) chegam hoje ao Estado para dar início a três dias de vistorias de abates e propriedades de pecuária de corte bovina. A última missão da UE para inspecionar as condições de produção e de processamento da carne que é exportada à região ocorreu em setembro de 2011. O foco dos técnicos será principalmente os controles de fluxo de animais desde as propriedades até a etapa industrial com aplicação do sistema de rastreabilidade com erro zero, exigência da comunidade europeia.
A primeira parada será em Bagé, na planta do Marfrig, uma das sete unidades de abates que estão em operação e habilitadas à exportação. A empresa, uma das maiores no mundo em processamento de proteína vermelha, tem quatro (três de abate e uma de corned-beef). Amanhã e na sexta-feira será a vez de duas fazendas com terminação de bois serem inspecionadas. Uma fica também em Bagé, e a outra na vizinha Dom Pedrito. Os locais foram sorteados há 15 dias, explica Anna Suñe, supervisora regional em Bagé do Departamento de Defesa Agropecuária (DDA), ligado à Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa).
O Rio Grande do Sul dá a largada nessa nova missão. Também serão visitados Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo. O Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirmou ontem que os técnicos (seis a oito) já estão no Brasil e esclareceu que só comentará o resultado das inspeções após a conclusão do roteiro, previsto para se prolongar até o fim deste mês. A data da conclusão não foi informada e nem número de plantas e total de propriedades nos quatro estados. O Brasil é hoje o maior exportador de carne vermelha no mundo, com quase 50% do volume. A UE é o terceiro destino. Para o Estado, foi o Segundo até agosto.
Na última missão destinada a verificar cumprimento de regras para vender carne bovina, o Estado ficou fora. Foram vistoriadas propriedades e plantas em São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, segundo o Mapa. Em 2013, o País recebeu representantes da região que soma 28 estados-membros e é considerada uma das mais apetitosas clientes para o fluxo externo devido à valorização recebida pela carne brasileira.
Hoje, o potencial, estabelecido por cotas, não é alcançado pelo produto local, e o subaproveitamento é atribuído à baixa adesão ao Sistema Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Bovinos e Bubalinos (Sisbov). No Estado, são cerca de 150, mas o número reduziu nos últimos anos.
Desde 2007 com rastreabilidade, o produtor Olavo Almeida de Salles, de Dom Pedrito, terá pela primeira vez uma das duas propriedades, a Estância Santa Luisa, na mira dos europeus. “Fiquei sabendo há 15 dias que havia sido sorteado. A gente fica preocupado, pois a responsabilidade é muito grande”, comentou o pecuarista, que fornece cerca de 1,5 mil cabeças por ano para abate na unidade do Marfrig em Bagé. “Não pode ter falha humana no controle e lançamento de informações no sistema.”
O pecuarista ressalta o custo para o rastrearmento, avaliado entre R$ 30,00 e R$ 40,00 por animal. O produtor recebe, em média, R$ 100,00 a mais por carcaça do frigorífico, comparado à matéria-prima fora do Sisbov. “Dá trabalho e muita despesa, mas é importante para conquistar mercado.”
“O procedimento é padrão, não há motivo para preocupação. As exigências foram encaminhadas de forma positiva”, tranquiliza Anna, que também é auditora na região do sistema de rastreabilidade federal. A supervisora do DDA, que acompanhará a visita às duas fazendas, cita que o fluxo intenso de animais entre propriedades para engorda é uma das marcas da produção gaúcha, o que eleva a vigilância sobre os controles. Os técnicos devem atentar para documentação e registro no sistema, checando chip (brinco) usado pelos animais e o lançamento de dados.
Inspeção adia encontro para discutir modelo de rastreabilidade
A confirmação da inspeção hoje no frigorífico do Marfrig provocou cancelamento da reunião que ocorreria ontem, em Alegrete, e que retomaria as discussões de produtores, indústria e governo para adoção de um modelo estadual de rastreabilidade. Não há nova data para o encontro. O modelo vive impasse desde 2013, pois produtores são contra que o controle seja obrigatório. A inclusão no Sisbov é voluntária. A missão na planta bageense será acompanhada pelo serviço federal de inspeção do Mapa.O gerente regional da Marfrig no Estado, Rui Mendonça, comentou que a vistoria é de rotina e que não espera nenhuma dificuldade. A unidade estaria, portanto, adequada às especificações para exportar. O volume de abates, Segundo Mendonça, mantém-se. Mendonça citou ainda que, há 15 dias, missão de técnicos dos Estados Unidos esteve na planta de Hulha Negra, especializada em corned-beef. Sobre o impasse em torno da rastreabilidade bovina no Estado, o executivo apontou que “espera construir um caminho”. A indústria opera com ociosidade e busca garantia de fornecimento de matéria-prima para manter aberta a planta de Alegrete.
Carne gaúcha aumenta as vendas para o mercado europeu
A União Europeia (UE) foi o segundo maior importador de carne bovina (in natura e processada, resfriada e congelada) do Rio Grande do Sul até agosto, considerando estados–membros compradores (Países Baixos, Itália, Reino Unido, Alemanha, Espanha e Suécia) e confrontando com outros países individualmente de maior peso.Levantamento do economista Guilherme Risco, da Fundação de Economia e Estatística (FEE), mostrou receita com exportações à UE de US$ 5,2 milhões nos primeiros oito meses, cifra 17% maior que a de 2013 no mesmo período. O desempenho do mercado do bloco comum europeu ficou abaixo da taxa global de expansão do segmento na divisa gaúcha, de 43,4%, somando US$ 44 milhões ante US$ 30,7 milhões.
Hong Kong é o grande comprador hoje, gerando mais da metade da receita, US$ 22,8 milhões até agosto. A UE perdeu representatividade na matriz externa do Estado, saindo da fatia de 14,3% da receita no ano passado para 11,7% neste ano.
No Brasil, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) apurou, até setembro, receita de US$ 5,3 bilhões, 10,87% acima do mesmo período de 2013. A UE foi a Terceira maior importadora, respondendo por US$ 663,9 milhões, 91,9 mil toneladas.
Fonte: Jornal do Comércio
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