O serviço disse que sua decisão foi tomada depois de um inspeção em unidades brasileiras em março por inspetores russos, segundo a Interfax.
As violações descobertas apresentam um significativo grau de risco, disse o Rosselkhoznadzor em comunicado.
Além disso, a proibição de importação de produtos de duas unidades verificadas foi mantida.
"Com respeito aos produtos de sete unidades, onde foram reveladas irregularidades durante as inspeções, que tinham grau de risco pequeno, o direito de exportar para a Rússia foi mantido com a condição de que as violações seja corrigidas", disse o Rosselkhoznadzor.
O serviço russo enviou às autoridades brasileiras um relato sobre os resultados das inspeções e está aguardando comentários no prazo de dois meses.
Não havia informações disponíveis imediatamente sobre os tipos de carnes afetados e sobre o nome dos frigoríficos brasileiros afetados.
A Rússia foi o segundo maior importador de carne bovina do Brasil em 2014. O país que mais importa carne do Brasil é Hong Kong.
Rússia embarga importação de carne de 10 frigoríficos brasileiros
O serviço veterinário russo Rosselkhoznadzor vai embargar a importação de carne de dez unidades de frigoríficos brasileiros a partir de 9 de junho, incluindo abatedouros de bovinos e suínos da JBS, BRF e Marfrig, informou nesta quarta-feira o órgão do governo russo.
O serviço veterinário disse que sua decisão foi tomada depois de um inspeção em unidades brasileiras em março por fiscais russos, segundo a agência Interfax.
A Rússia foi o segundo maior importador de carne bovina do Brasil em 2014 e o maior comprador de carne suína brasileira. As maiores companhias que sofreram restrições têm condições de redirecionar as exportações para outras unidades ainda habilitadas, segundo associação de exportadores.
As violações descobertas apresentam um significativo grau de risco, disse o Rosselkhoznadzor em comunicado. As causas dos embargos não foram completamente detalhadas pelo órgão da Rússia, que já tomou medidas semelhantes no passado, ao suspender temporariamente algumas unidades.
Além do embargo às dez unidades, a proibição de importação de produtos de duas fábricas verificadas foi mantida.
O serviço russo enviou às autoridades brasileiras um relato sobre os resultados das inspeções e está aguardando comentários no prazo de dois meses.
Foram oito unidades de abate de bovinos embargadas: três da Marfrig (duas em São Paulo e uma em Mato Grosso do Sul), duas da JBS (em Minas Gerais e Goiás), uma do Frigorífico Silva (RS), uma da Mato Grosso Bovinos (MT) e uma da Nortão Alimentos (MT).
O Brasil, que tem sido nos últimos anos o maior exportador global de carne bovina, ainda tem 28 plantas de bovinos habilitadas pela Rússia, informou a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).
Desta forma, não será difícil para as empresas realocar exportações para outras unidades que continuam autorizadas, mantendo os volumes embarcados.
"Não tem problema comercial nenhum... Não posso (exportar) por aqui, vou mandar por ali. Nossa capilaridade é muito grande", disse à Reuters o presidente da Abiec, Antonio Camardelli.
De suínos, foram embargadas uma unidade da BRF, em Goiás, e uma do Frigoestrela, em São Paulo, segundo listagem no site do Rosselkhoznadzor.
POSICIONAMENTO
O embargo da Rússia à exportação de carne bovina em duas unidades da JBS no Brasil não provocará problemas no atendimento de contratos com clientes russos, uma vez que a empresa possui outras 31 unidades habilitadas a vender para aquele país, disse nesta quarta-feira a maior processadora de proteína animal do mundo, por meio da assessoria de imprensa.
Já a Marfrig afirmou que das três unidades temporariamente embargadas apenas uma atendia parcialmente à Rússia, e que as exportações totais da companhia para os russos não deverão ser afetadas porque continuarão a ser realizadas por cinco unidades produtoras da Marfrig Beef no Brasil e quatro unidades no Uruguai.
Procurada, a BRF não comentou o assunto.
As ações da JBS reverteram as perdas iniciais e fecharam em alta de quase 2 por cento, após afirmar que o embargo não afetaria seus negócios. Os papéis da Marfrig e BRF, também afetados pela decisão de Moscou, seguiram a mesma trajetória e fecharam em alta de 0,24 por cento e 1,9 por cento, respectivamente.
(Por Gustavo Bonato, em São Paulo)
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