A recuperação do preço do boi está deixando os pecuaristas de Mato Grosso otimistas. Nas fazendas, há muito trabalho na preparação do rebanho que vai para o abate.
A fazenda que José Carlos da Silva gerencia em Tangará da Serra, na região sudoeste de Mato Grosso, tem um rebanho de oito mil cabeças. No lugar se faz cria, recria e engorda. Vende tanto para o mercado interno quanto para o exterior. De acordo com José, o preço melhorou muito. “Hoje, está numa média de R$ 80,00 a carne exportada em Tangará. No mercado interno, está cerca de R$ 73,00 a R$ 74,00”, disse.
Em todo o Brasil, o preço da arroba do boi gordo subiu quase 7% no mês de março. Em abril, o valor continua subindo.
Para Carlos Augusto Zanatta, coordenador do setor de pecuária da Famato, Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso, a explicação para a reação nos preços está na pouca oferta.
“O motivo do preço da arroba começa ainda na matança de fêmeas grandes que a gente teve em 2006, onde praticamente 50% abatidos no Mato Grosso eram de fêmeas. Então, isso ainda reflete hoje na quantidade produzida de bezerros que vai chegar ao ponto de abate e vai virar boi. Então, temos hoje uma diminuição de oferta basicamente por causa disso”, explicou Zanatta.
Com a retomada dos preços os criadores se apressam para preparar o rebanho. Na fazenda, o gado é separado por peso. Abaixo de 460 quilos o animal vai para a terminação no regime de confinamento. Esse é o caso do lote que em 90 dias estará pronto para o abate.
Com o preço do milho em queda e o clima ajudando, as perspectivas para o criador são boas. Pelo menos, esse é o pensamento do criador José Delcaro, que pretende entregar ao frigorífico até o final do ano 1,8 mil cabeças de boi.
“Eu acredito que neste ano teremos uma valorização no preço do gado em relação ao ano passado de cerca de 20% e temos também uma queda no custo da ração de cerca de 10%”, falou Delcaro.
FONTE: Globo Rural
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