O real continua valorizado, os preços do gado mantêm alta e, mesmo assim, as exportações brasileiras de gado vivo registraram bom ritmo no mês passado.
As exportações de fevereiro superaram em 72% as de janeiro, mês em que as vendas de animais tinham caído para o menor número desde fevereiro de 2009.
Nos dois primeiros meses deste ano, as vendas externas do chamado "gado em pé" somaram 74 mil cabeças. Esse número, acima da média de anos anteriores, ainda fica abaixo do total de janeiro e fevereiro do ano passado, que foi de 84 mil animais. As receitas atingiram US$ 71 milhões neste ano.
O dólar não facilita as exportações, o gado está caro e as manifestações em vários países árabes podem trazer certa instabilidade à economia mundial. Mesmo assim, as vendas de gado vivo devem continuar.
Afinal, a Venezuela, líder nas compras, lucra com a crise, já que é grande produtora e exportadora de petróleo.
Os venezuelanos são responsáveis pela importação de 63% do gado vendido pelo Brasil até fevereiro. As compras somaram 46,7 mil animais, no valor de US$ 49,8 milhões.
O Líbano também tem peso nas compras de gado vivo do Brasil. O país importou 27,2 mil animais neste ano, deixando US$ 21,2 milhões de receitas no Brasil.
As exportações de gado vivo aumentam -em 2010 foram 643 mil cabeças-, mas a queda de braço entre produtores e frigoríficos continua.
O setor industrial não desistiu de pedir ao governo taxas nas vendas externas, alegando que o Brasil deixa de agregar valor ao produto exportado.
Para os produtores, as exportações são mais uma opção de mercado para sair das amarras dos frigoríficos, em número cada vez mais reduzido no país. As exportações permitiram a elevação dos preços do gado no Pará, principal exportador brasileiro.
Fonte: Folha de S. Paulo - Mauro Zafalon - Com KARLA DOMINGUES
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