O efeito das manifestações nos países árabes começa a aparecer na balança comercial brasileira. O Egito, o terceiro maior importador de carnes do país, comprou 69% menos em fevereiro do que em igual mês de 2010.
Em fevereiro do ano passado, os egípcios compraram 4.590 toneladas de carne do Brasil. Neste ano, só 1.417.
Os dados totais de exportação do Brasil indicam recuo para 67 mil toneladas no mês passado, 10% menos do que em fevereiro de 2010. Apesar do volume menor, as receitas somaram US$ 325 milhões neste ano, 23% mais do que em igual período anterior.
"É um problema pontual e, mais cedo ou mais tarde, o comércio volta a se acertar", segundo Antonio Jorge Camardelli, presidente da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes).
Camardelli diz que a presença brasileira em quase todos os países facilitou o remanejamento das carnes que seriam destinadas ao Egito para outras regiões.
E isso continua ocorrendo agora, segundo ele. Com o agravamento das tensões políticas na Líbia, as carnes que seriam destinadas àquele país deverão ser enviadas ao Egito, que está com estoques baixos devido à crise.
A Líbia, apesar da situação política atual, importou mais carne neste ano do que em fevereiro de 2010. As indústrias brasileiras colocaram 1.411 toneladas do produto no mês passado no país, 13% mais do que em fevereiro de 2010.
O Irã, segundo principal mercado para as indústrias brasileiras, continua elevando as importações, que somaram 16 mil toneladas no mês passado, 17% mais do que em 2010.Os iranianos deixaram US$ 80 milhões no país no mês passado apenas com as compras de carne bovina.
FONTE: Folha de S.Paulo
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