A febre aftosa volta a rondar as fronteiras do Mato Grosso do Sul. O Departamento de San Pedro fica a apenas 130 km da fronteira com o Brasil. É preocupante, já que em relatório do Congresso Internacional da Carne de 09 de junho de 2011, o GIEFA (Grupo Interamericano para a Erradicação da Febre Aftosa) disse que as regiões críticas para a aftosa seriam apenas “Venezuela, Equador e talvez a Bolívia”, ignorando qualquer problema no Paraguai.
De acordo com o jornal ABC Color, 819 animais da fazenda Santa Helena, administrada pelo presidente da Assocaição Rural do Paraguay em San Pedro, Silfrido Baumgarten, serão sacrificados, conforme informações da Secretaria Nacional de Sanidade (Senac). O Departamento de San Pedro tem população de aproximadamente 360 mil habitantes. É o segundo produtor de carne do Paraguai, portanto, é muito importante para a circulação de animais. Faz divisa ao Norte com o Departamento de Concepcion, Caaguazú ao Sul, Canindeyú ao Leste, com Presidente Hayes a Oeste e com o Departamento de Amambay no Nordeste. Amambay que faz divisa com o Mato Grosso do Sul.
De acordo com o trabalho do Giefa, publicado na internet: “A previsão para erradicar a febre aftosa para 2011 estariam: Argentina, Brasil, Colômbia, Paraguai, Peru e Uruguai totalmente livres”. Com o foco da aftosa na fazenda de ninguém mais nem menos que o presidente da Associação Rural do Paraguai é alarmante. Se a fazenda de um líder rural nacional aparece um foco e as outras, como estão? O Paraguai sempre foi acusado de colocar seus problema sob o tapete. No foco que surgiu em 2005 no Brasil, a grande suspeita foi de que animais tivessem cruzado a fronteira seca entre os dois países que possuem quilômetros de terra sem o mínimo bloqueio. As autoridades dos Estados brasileiros que fazem fronteira como Mato Grosso do Sul e Paraná, terão de fazer uma fiscalização mais intensa, pois 130 km não é nada. Desde ontem as autoridades do Mato Grosso do Sul estão em alerta máximo.
Febre aftosa A Febre Aftosa (FA) é uma enfermidade altamente contagiosa que desde sua introdução no Continente em 1870, originou enormes danos à pecuária das Américas, tanto em perdas diretas de carne e leite, como em menor disponibilidade de alimentos de origem animal para a população, afetando os níveis de vida do habitante rural, restringindo a comercialização interna e entre os países da região assim como a opção de colocar excedentes de produção nos mercados mundiais. Na região das Américas encontra-se a maior pecuária comercial do mundo, com capacidade de abastecer grande parte da demanda mundial de proteína animal.
Desde a criação do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (PANAFTOSA), em 1951, desenvolve-se uma ação permanente de investigação, planejamento, transferência de conhecimento, capacitação e avaliação de estratégias sanitárias para o combate da enfermidade, o que permitiu importantes avanços em matéria de diagnóstico, controle e produção de vacinas, conhecimento epidemiológico sobre a forma de apresentação da doença e dos fatores associados a sua ocorrência, implicando na elaboração do Plano Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa (PHE-FA) que orientou, desde 1988 os Programas Nacionais de Controle e Erradicação da enfermidade.
Arnaldo Sousa
Nenhum comentário:
Postar um comentário