A demanda por carne bovina não aumentou conforme o esperado por agentes colaboradores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) no início de dezembro. Após quase duas semanas de queda, a carcaça casada do boi no atacado da Grande São Paulo apresentou recuperação tímida. Quanto ao boi gordo, tomando-se como referência o Indicador ESALQ/BM&FBovespa, que representa o mercado paulista, ele mantém-se em queda há quase duas semanas. Entre 30 de novembro e 7 de dezembro, o Indicador caiu 1,65%, fechando a R$ 102,88 na quarta, dia 7.
Para o analista de mercado, Lúcio Soares, existia uma expectativa para dezembro de um consumo maior e de uma queda da oferta em função da diminuição do boi confinado. Além disso, havia uma expectativa de reação e de que os preços se mantivessem nos patamares de novembro, porém isso não se confirmou.
– Para surpresa do mercado, houve essa queda, e em especial em Mato Grosso do Sul, que saiu de R$ 98,00/arroba, à vista, para R$ 92,00/arroba, que é o patamar negociado no Estado.
O ano de 2011 foi bom para o mercado do boi gordo, com a arroba ficando perto dos R$ 100,00. Segundo Soares, a remuneração para o produtor, considerando o preço médio do ano passado, se manteve.
– O que talvez tenha diminuído um pouco a rentabilidade do setor foram os insumos para o produtor que fez confinamento ou semiconfinamento, por causa dos grãos, que aumentaram de preço, mas estão reduzindo nos últimos dias.
Para 2012, o analista prevê que os grãos terão preços mais baixos, e que isso vai acabar pressionando a cadeia de frangos e suínos.
– Os preços mais baixos vão pressionar um pouco os preços na cadeia produtiva dos substitutos, que são o frango e o suíno. Isso talvez tenha impacto nos preços da pecuária, mas, de modo geral, o ano que vem deve ser estável. Nós ainda estamos em um período de retenção de matrizes, ao contrário dos outros países. Provavelmente, nossa maior oferta será em 2013.
Fonte: Canal Rural
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