Participação do País cresce em industrializados como óleo vegetal, frango e açúcar branco
O Brasil continuará aumentando sua participação no mercado mundial de alimentos nos próximos 10 anos, apesar de uma desaceleração no crescimento da produção de vários itens. As projeções são do banco de dados do estudo Agricultural Outlook 2012-2021 (Perspectivas Agrícolas), da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), liberado recentemente e analisado pelo Sou Agro.
Todos os anos, o Outlook traça o cenário da produção e comércio de itens alimentícios para os 10 anos seguintes. As projeções apontam que, nesse período, o Brasil aumentará sua participação nas exportações mundiais de farelos (de 17,3% para 18,3%) e óleos vegetais (de 2,7% para 3,9%); carnes bovina (de 17,8% para 19,2%), suína (de 7,4% para 7,7%) e de aves (de 32,3% para 37,0%); e açúcar branco (de 21,4% para 43,1%).
“Economias emergentes vão capturar uma parcela crescente do mercado agrícola mundial em expansão. Os países mais proeminentes como Brasil, China, Indonésia, Tailândia, Rússia e Ucrânia fizeram investimentos significativos para aumentar a capacidade de produção”, diz o documento.
Por outro lado, o estudo prevê que o País perca espaço no comércio global de dois produtos no qual é forte: açúcar bruto, produto no qual é o maior exportador (de 57,6% para 51,4%), e oleaginosas – notadamente a soja, no qual é o terceiro colocado (de 31,8% para 27,9%). Essas quedas, no entanto, são acompanhadas por aumentos na relevância brasileira no comércio de derivados de maior valor agregado: farelo e óleos vegetais, no caso da soja, e açúcar branco (refinado). No mercado total de açúcar, a participação nacional sobe de 42,4% para 51,4% no período. Deve haver uma retração na participação brasileira em mercados no qual o País não é grande exportador: arroz, carne de ovinos e leite em pó.
Crescimento desacelera
“Economias emergentes vão capturar uma parcela crescente do mercado agrícola mundial em expansão. Os países mais proeminentes como Brasil, China, Indonésia, Tailândia, Rússia e Ucrânia fizeram investimentos significativos para aumentar a capacidade de produção”, diz o documento.
Por outro lado, o estudo prevê que o País perca espaço no comércio global de dois produtos no qual é forte: açúcar bruto, produto no qual é o maior exportador (de 57,6% para 51,4%), e oleaginosas – notadamente a soja, no qual é o terceiro colocado (de 31,8% para 27,9%). Essas quedas, no entanto, são acompanhadas por aumentos na relevância brasileira no comércio de derivados de maior valor agregado: farelo e óleos vegetais, no caso da soja, e açúcar branco (refinado). No mercado total de açúcar, a participação nacional sobe de 42,4% para 51,4% no período. Deve haver uma retração na participação brasileira em mercados no qual o País não é grande exportador: arroz, carne de ovinos e leite em pó.
Crescimento desacelera
Apesar do aumento da produção global de alimentos, o ritmo de crescimento da oferta cairá significativamente na próxima década, para 1,7% ao ano, ante 2,6% anuais registrados entre 2002 e 2011. No caso das oleaginosas, por exemplo, a alta anual média da produção brasileira deve cair de 4,9% ao ano para menos de 2% no período das projeções. A soja responde pela maior parte das oleaginosas plantadas no País.
Essa desaceleração resultará de empecilhos ao aumento da oferta, como o aumento dos custos, a maior restrição de recursos para a agropecuária, o crescimento das pressões ambientais e os impactos das mudanças climáticas. Entre os recursos mais escassos está a terra: o Outlook prevê que, até 2050, a área agricultável mundial cresça apenas 5%, ou 69 milhões de hectares adicionais aptos à agropecuária.
Também pesa o fato de os países emergentes, que puxaram o crescimento percentual na última década, estarem atingindo um nível tecnológico mais próximo do mundo desenvolvido. Entre 2002 e 2011, a produção agropecuária cresceu a 3% ao ano nos países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), o dobro do ritmo verificado nos países da OCDE (desenvolvidos). Mas na próxima década, é a agroprodução dos BRICs que deve avançar a um ritmo de 1,5% ao ano, enquanto na OCDE o avanço deverá ficar pouco acima de 1,2% anuais.
Enquanto o crescimento desacelera, a pressão de demanda continua forte, o que leva a FAO e a OCDE a prever que os preços agrícolas permanecerão acima das médias históricas até 2021, pelo menos. Além do crescimento populacional, pesam nessa demanda o aumento da renda per capita mundial, a urbanização e a mudança de dieta nos países emergentes.
Brasil avança mais em etanol e pescados
A base de dados completa do Outlook FAO/OCDE projeta que a produção brasileira de etanol vai mais que dobrar na próxima década, atingindo 51,3 bilhões de litros em 2021. “A produção de bioetanol e biodiesel deve quase dobrar até 2021, fortemente concentrada no Brasil, nos Estados Unidos e na União Europeia”, afirma o documento.
No mercado de etanol, deverá se firmar um curioso comércio bilateral entre Brasil e Estados Unidos, acreditam os autores do Outlook. Por conta da grande e crescente frota de carros flex, o Brasil deverá aumentar a importação de etanol de milho americano, até atingir 7,5 bilhões de litros anuais em 2021.
Mas os Estados Unidos também deverão elevar suas compras de etanol brasileiro de cana-de-açúcar, para atender o mandato de uso de biocombustíveis avançados, chegando a 16 bilhões de litros em 2021. O etanol de cana é considerado avançado pelo órgão ambiental americano, pois reduz as emissões de gases do efeito estufa em mais de 60% em relação à gasolina, o que não ocorre no etanol de milho.
Para atender o crescimento projetado para o etanol e uma alta de cerca de 30% n produção de açúcar, o Brasil elevará sua produção de cana mais de 90% entre 2011 e 2021, para 1 bilhão de toneladas. Já a produção de biodiesel deve avançar 30%, para 3,2 bilhões de litros.
Depois da cana, a aquicultura é a área em que o Brasil agro mais deve crescer. A FAO e a OCDE projetam um aumento de 50% na produção brasileira, para 796 mil toneladas de pescados em 2021. Embora a um ritmo bem menor, de 9% de alta na década, a pesca de captura do Brasil será uma das que mais vai crescer no mundo, atingindo 809 mil toneladas. No total, a produção nacional de pescados deve avançar 27%, para 1,6 milhão de toneladas por ano. No mundo, a aquicultura deve superar a captura na produção de pescados em 2018.
Também registrarão fortes crescimentos entre 2011 e 2021 as produções brasileiras de óleos vegetais (27%); leite em pó (22,5%); farelos (24%); carne de aves ( 22%); leite (19); milho, sorgo e outros grãos para ração (18%); e oleaginosas (15%) . Em ritmo menor, avançarão a carne suína (13%), a carne bovina (12%), o trigo (10%), a carne de ovinos (4,5%) e o arroz (2%).
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