Imea acredita que dados da 1ª intenção possam não se confirmar
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Da Editoria
Enquanto os produtores correm para vender a produção agrícola - seja a que está em plena colheita como é o caso do milho, como aquela que será plantada somente a partir de meados de setembro, soja, - e aproveitar o bom momento das cotações no mercado externo, internamente os pecuaristas refazem os planos e principalmente as contas para reavaliar a real necessidade de confinar bois em um momento de alta para a principal matéria-prima da engorda intensificada: o milho.
O preço do milho no mercado interno continua acompanhando a linha de alta da cotação na Bolsa de Chicago (CBOT), puxado pelas perdas em decorrência da seca nos Estados Unidos. Como aponta o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), no mês de julho, os preços tiveram uma elevação média de 36,5%, sinalizando a necessidade do comprador para aquisição do cereal e o tamanho do apetite dele.
Em maio, quando o Imea divulgou a primeira – de três – intenções de confinamento no Estado, para 2012, a previsão era a de que a falta de pastagens levasse o criador a aumentar o número de animais confinados, o que se confirmado, levaria a um aumento de 14% este ano com relação ao ano passado. Na época, a expectativa era de que 929 mil animais saiam do confinamento para o abate. Em 2011 foram 813 mil animais, e em 2010 foram registrados 592.834 mil cabeças. “Em agosto o Imea trará um novo levantamento, o segundo do ano, e ele poderá mostrar novos números”, antecipa o gestor do Imea, Daniel Latorraca. “Há um forte desequilíbrio, arroba em baixa em milho em alta”, frisa.
Se a intenção se concretizar em alta de 14%, o Estado, detentor do maior rebanho de bovinos no Brasil, superará a previsão de engorda do país em 13%, apurada pela Associação Nacional dos Confinadores (Assocon).
Como exemplifica o Imea, o recente movimento de valorização da saca de milho fez com que a relação de troca entre a saca do cereal e a arroba do boi gordo caísse fortemente nas últimas semanas. A elevação da cotação do milho puxou os preços no mercado interno, gerando da primeira semana do mês de junho até a última semana uma valorização média, no Estado, de 47,4%, saindo de R$ 15,7/saca para R$ 23,1/saca, na praça de Rondonópolis. Enquanto isso, no mesmo período a arroba do boi gordo registrou uma ligeira queda de 0,9%, variando de R$ 84,4 para R$ 83,6 à vista. “Com isso, a relação de troca do insumo, que estava com média de 5,4 sc/@ caiu para 3,6 sc/@ nesta semana, obtendo um recuo 32,8% no período de seis semanas”.
Como observa Latorraca, esse segundo semestre traz um novo cenário às intenções de confinamento. Não existem números ainda que possam mostrar o peso da escalada da saca de milho e a tendência de manutenção das cotações em alta. Mas, como frisa, é muito provável que a luza amarela para muitos pecuaristas tenha sido acesa.
FONTE: DIÁRIO DE CUIABÁ
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