sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Minerva vê final de ano bom para carne bovina



Em teleconferência com analistas, realizada nesta quinta-feira, o presidente do Minerva, Fernando Galletti de Queiroz vê um cenário favorável para o setor de carne bovina do país no final de 2012 e começo do ano que vem.
O quatro trimestre já é, tradicionalmente, o mais forte para a indústria no mercado doméstico. Somado a isso, Queiroz cita o momento difícil para outras proteínas, como frango e suíno.
O aumento nos preço dos grãos neste ano, por conta de fatores climáticos, vem pressionando os preços dessas outras proteínas, que são mais dependentes destes produtos que o setor de bovinos. Isso torna essas carnes mais caras e menos competitivas. "Com o preço das outras proteínas subindo, vemos o efeito substituição. Essa tendência vai continuar no ano que vem", afirmou Queiroz.
Lucro
A Minerva Foods registrou lucro líquido de R$ 20,6 milhões entre julho e setembro deste ano, aumento de 33% sobre igual período de 2011, informou a empresa nesta quarta-feira. O resultado foi puxado pela melhora da margem operacional e impulso das vendas no mercado externo. No segundo trimestre, a empresa havia registrado prejuízo de R$ 130,9 milhões.
"A empresa terminou um período de investimentos greenfield, e agora estamos acelerando as operações, e no momento certo do ciclo da pecuária, com um aumento de oferta (de animais para abate) no Brasil e América do Sul, quando se tem o resto do mundo em um ciclo muito negativo", disse Queiroz. "Então nós estamos ganhando mercado e ganhando rentabilidade", acrescentou.
A empresa registrou Ebitda de R$ 134,5 milhões, contra os R$ 90,9 milhões do mesmo intervalo do ano anterior. Já a margem Ebitda no período foi de 11,67% contra 8,55%.
Entre os principais motivadores para a melhora no Ebitda está a inversão do ciclo da pecuária, com a maior oferta de animais para abate reduzindo o preço da arroba bovina para a indústria. Além disso, os preços da carne no mercado internacional estão estáveis em dólar, o que se reflete em um aumento do preço em reais.
Exportação
A receita líquida no terceiro trimestre subiu para R$ 1,15 bilhão no período, ante R$ 1,06 bilhão registrados em igual período do ano passado. O movimento reflete o ganho nas vendas externas, que foi de 30,5% maior no trimestre ante igual período de 2011, somando R$ 852,3 milhões.
A empresa cita como principais destinos para sua carne bovina os mercados emergentes, como a Rússia (27% de participação) e os países do Oriente Médio (40%).
A dívida líquida da companhia cresceu 3,7%, de R$ 1,58 bilhão no segundo trimestre, para R$ 1,64 bilhão ao final do terceiro trimestre deste ano.
Apesar do aumento na dívida líquida, a geração maior de Ebitda provocou a redução do grau de endividamento, medido pela relação dívida líquida/Ebitda, que ficou em 3,7 vezes no terceiro trimestre, versus 3,99 vezes no trimestre anterior.
Mercado interno
No mercado interno, as vendas tiveram pequeno recuo, uma vez que foi registrado um aumento médio de quase 7% no preço da carne no último trimestre. Mas o presidente da companhia pondera que o cenário é favorável para o setor no último trimestre, sazonalmente o mais forte para a indústria de proteína animal.
O salto nos preços de grãos neste ano, depois da seca no Brasil no início do ano e da seca nos EUA, está pressionando as margens das indústrias de carnes de frangos e suínos, muito mais dependentes destes produtos para a alimentação animal em comparação ao setor de bovinos.

FONTE: http://www.monitormercantil.com.br

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