quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Primavera da pecuária está aquecida no Estado


Foto: Divulgação/Assessoria
Primavera 2013
 
 
 
  
 

Remates apresentam preços médios por animal, principalmente touros, até 20% superiores aos praticados no ano passado

Pouco mais de duas semanas do início da temporada de remates de primavera da pecuária gaúcha, criadores e analistas do setor estão se surpreendendo com o valor das vendas de animais. Tanto nos eventos particulares das cabanhas quanto nas exposições realizadas pelo Interior do Rio Grande do Sul, especialmente os touros têm alcançado médias entre 15% e 20% acima das verificadas na temporada de 2012.

As estâncias Guatambu, Alvorada e Caty realizaram em Dom Pedrito o tradicional remate das três propriedades, que formam o grupo da Conexão Delta G, e chegaram a um faturamento de R$ 1,3 milhão na venda de 238 exemplares Hereford e Braford. Anteriormente, outros leilões particulares alcançaram cifras milionárias, como o da GAP Genética, realizado no dia 29 de setembro em Uruguaiana, com vendas de R$ 4 milhões; e do Selo Racial, formado pelas cabanhas Azul, Corticeira, Olhos D’Água e Rincon Del Sarandy, ocorrido em Quaraí no dia 27 de setembro, com faturamento de R$ 2,3 milhões. Durante a semana, o leilão Criadores de Braford, em Rosário do Sul, também entrou na lista dos eventos milionários, ultrapassando R$ 1,5 milhão em faturamento.

Já foram realizados cerca de 30 eventos particulares no universo de pelo menos 90 remates. Já as expofeiras oficiais registradas pela Secretaria da Agricultura passam
dos 110 eventos que serão realizados pelo Estado, em especial na Metade Sul. Segundo o chefe do Serviço de Exposições e Feiras da Secretaria da Agricultura do Estado, Honório Franco, o grosso dos negócios de bovinos ocorre nesta época do ano. “Os expositores aproveitam a Expointer como uma vitrine para mostrar a genética do seu trabalho e buscam os compradores para os leilões neste período”, salienta. Outro impulso destacado por Franco para o desenvolvimento dos remates da primavera é o apoio das instituições financeiras para a aquisição dos animais. O Banrisul, por exemplo, disponibilizou aos pecuaristas recursos de R$ 150 milhões para os compradores em feiras oficiais, com taxa de juros de 5,5% ao ano. Já o Banco do Brasil designou R$ 100 milhões para as aquisições durante os remates, também com
taxa de juros de 5,5%.

Para o presidente da Comissão de Exposições e Feiras da Farsul, Francisco Schardong, as vendas estão além da expectativa inclusive do que foi sinalizado ao longo da Expointer deste ano. O dirigente analisa que a reação do mercado mostra que a pecuária ainda tem terreno frente à agricultura no Estado. “A pecuária está indo bem mesmo com o aperto da ocupação de áreas para a agricultura”, destaca. 

Conforme o especialista Fernando Velloso, da Assessoria Agropecuária FFVelloso e Dimas Rocha, o início das feiras tem demonstrado um movimento positivo
na pecuária, superando as expectativas. Isso se dá pela grande demanda de touros de qualidade  e pela crença no trabalho de propriedades que despontam no cenário
da pecuária como grandes fornecedoras de genética de ponta. “Hoje, a pecuária está mais intensiva e só responde a essa pecuária intensiva quem tem qualidade”, afirma. Ao contrário do ano passado, quando a média girou em torno de R$ 6,5 mil e valores acima destes eram verificados apenas em remates pontuais, Velloso avalia que há uma maior distribuição na alta pela oferta dos leilões. No entanto, o especialista acredita que há disparidade na procura dentro dos próprios eventos. “Há uma busca pelo primeiro terço dos animais que acabam sendo disputados pelos compradores. Na outra ponta, no terço final, muitas vezes não há procura. Tem leilão em que animais não foram vendidos”, ressalta.

Fonte: Jornal do Comércio

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