A abertura oficial do plantio da soja no Estado, que ocorreu neste sábado, durante a 51ª Expojuc, em Júlio de Castilhos, foi marcada pelo otimismo. Embalado pela boa colheita da safra anterior, que totalizou 12,7 milhões de toneladas, injetando na economia gaúcha cerca de R$ 38 bilhões, segundo estudo da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), a semeadura deste ano é especial. A solenidade, que reuniu autoridades e lideranças do agronegócio, foi rápida e simbolizou o início da produção do principal produto agrícola gaúcho.
Além de prefeitos da região, o evento contou com a presença do secretário estadual da Justiça e dos Direitos Humanos, Fabiano Pereira, que representou o governador Tarso Genro. O palco escolhido para a festa não poderia ser melhor. Júlio de Castilhos é, atualmente, o terceiro maior produtor de soja do Estado, atrás dos vizinhos municípios de Tupanciretã e Cruz Alta. Em solo castilhense foram cultivados, em 2012, 80 mil hectares de soja, que resultaram em 280 mil toneladas.
Somente na cidade, a soja injetou cerca de R$ 200 milhões nesta última colheita.
Após boa safra, área deve ser maior
As plantações de soja ocupam 4,6 milhões de hectares no Rio Grande do Sul, o que equivale a 67% da área de grãos. Para este ano, a expectativa é de que o cultivo avance para 70% do espaço disponível para o plantio. Este crescimento deve ocorrer sobretudo em áreas da Campanha e Fronteira Oeste, onde a soja ocupa áreas antes reservadas ao arroz e a pecuária.
A Associação dos Produtores de Soja do Estado (Aprosoja-RS) aponta que nessas regiões o incremento na produção deve chegar a 10% nesta safra, o que impactaria em um acréscimo de 10% da área gaúcha. Mantendo os preços atuais, isso representaria cerca de R$ 500 milhões adicionais ao Estado.
Mas o acréscimo na produção também oferece riscos. Os sucessivos recordes na produção de soja no Rio Grande do Sul têm despertado a atenção para um problema que emperra o crescimento do setor. Os obstáculos logísticos (como transporte e armazenamento) encarecem a produção. Atualmente, falta espaço para guardar a soja colhida, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os armazéns do Estado têm capacidade para receber 31,5 milhões de toneladas de grão. Mas a produção de 28 milhões de toneladas já oferece risco ao setor que deveria ter capacidade de receber ao menos 33 milhões de toneladas.
ZERO HORA
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