O primeiro semestre tem sido lento, com pouco volume e baixa volatilidade. Foi marcado por uma safra com baixo volume de animais terminado disponíveis e consumo enfraquecido. Apesar disso, mesmo com altos preços alcançados pela carne nas gôndolas dos supermercados, a pequena oferta de animais terminados acabou dando suporte às cotações. O ano teve início com o boi casado em R$6,05/kg. Hoje, início de maio, ele está em R$6,20/kg, alta de 3,5%. Já a arroba do boi gordo em São Paulo iniciou 2011 nos R$101,00/@ e hoje encontra-se no mesmo patamar de negociação. Pois é, onde está a safra?
A situação não é fácil para os frigoríficos que, pela primeira vez na história, tiveram que encarar uma safra com o boi acima dos R$100,00/@ à vista em São Paulo. Estamos nos aproximando do fim do período e o boi ainda não conseguiu cair consideravelmente.
De acordo com o histórico da arroba, nos últimos dez anos a média de preços no segundo semestre foi mais alta do que aquela observada no primeiro semestre. A isto chamamos sazonalidade, ou seja, safra e entressafra. Desde 2001, os preços do segundo semestre caíram apenas em 2005, quando tivemos o surto de febre aftosa no Mato Grosso do Sul (bata na madeira três vezes,) e em 2009, quando colhíamos os reflexos da crise mundial que enxugou o crédito da praça e fez paralizar mais de 50 plantas frigoríficas. Acredito que esses sejam motivos bons o suficiente para justificar a “ausência” de efeito sazonal sobre as cotações.
Somente este estudo histórico já sugere preços mais altos para o segundo semestre, mas temos outras questões que podem colaborar.
De acordo com a Bigma Consultoria, que apura custos de produção da atividade pecuária, a projeção é de um aumento de 45% sobre os mesmos para o segundo semestre de 2011. Não bastasse a queda de 20% para o volume de animais confinados no ano passado, mesmo com a arroba acima de R$100,00/@ à vista durante praticamente o ano todo, o estímulo é arrefecido pela alta dos custos.
Além disso, outra coisa preocupa: hoje o mercado futuro não remunera bem a entressafra e precifica uma alta de apenas 1,5% para outubro, outro fator que não estimula os potenciais confinadores.
Pesquisas de intenção apontam alta de até 10% para o volume de animais confinados no País, entretanto, esse resultado nem chega perto de recuperar a queda ocorrida em 2010.
Parece um mercado firme, não? A não ser que o consumo interno e as exportações resolvam enfraquecer fortemente neste segundo semestre devido, principalmente, aos preços. Eles têm realmente intimidado o produtor em alguns momentos. Outra possibilidade é que o volume de animais confinados surpreenda e consiga anular a queda ocorrida em 2010, mas com as projeções de custos e de preços apontadas pelo mercado futuro, fica a grande interrogação no ar.
Por enquanto parece mesmo um mercado altista!
FONTE: www.agroblog.com.br / autor Lygia Pimentel
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