Com o preço do quilo vivo beirando os R$ 5 na atual temporada de venda de terneiros no RS, parte dos invernadores tem optado por machos leves para não extrapolar o orçamento. Pela matemática, peso versus valor do quilo têm de se encaixar a um valor nominal pré-definido por cada comprador que, normalmente, equivale a dois bois gordos. A preferência por terneiros entre 140 e 160 quilos ficou evidente, por exemplo, na feira de Pinheiro Machado. Segundo o presidente do Núcleo de Criadores de Terneiros, Max Soares, houve forte disputa por este perfil de lote. Ele acrescenta que, na maioria, esses compradores possuem boa estrutura de nutrição, o que torna mais viável engordar exemplares na propriedade do que pagar por animais mais pesados. O mesmo comportamento foi verificado na Feira de Terneiros de Cachoeira do Sul, atesta Carlos Lewis, presidente do núcleo. “Os mais leves são mais acessíveis e podem ser engordados nas propriedades”, explica.
A tendência foi prevista pelo coordenador do Nespro da Ufrgs, Júlio Barcellos. De olho na escassez de oferta de matéria-prima nos frigoríficos, há quem prefira terneiros mais pesados, que podem ser entregues para o abate mais rapidamente. Este é o caso dos invernadores que possuem pastagens cultivadas, onde um terneiro de 200 quilos, por exemplo, vai ao abate com 320 quilos em cinco meses. No caso de terneiros mais magros, opção normalmente de invernadores tradicionais que usam campo nativo, o tempo de terminação para o abate é de dois anos, explica Pedro Píffero, presidente do Sindicato Rural de Alegrete. Já em São Sepé e Caçapava do Sul, a tendência não se verificou. Segundo Enio Santos, do EDS Remates, os pesados foram os mais disputados e mais caros. O diretor do Santa Rita Remates, Renato Mota, disse que em sua praça o gado mais pesado esteve em alta porque os produtores querem animais resistentes ao inverno.
FONTE: Correio do Povo
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