or Carta Pecuária
Eis que nosso representante da entressafra chega à maior idade. Foram muitas aventuras nesse período, muitas alegrias e muitas preocupações.
Para igualar banana com banana, porque senão não dá para comparar o boi de 1994 com o boi de 2011, vamos olhar para o contrato pelo o que ele realmente importa ao pecuarista, isto é, o ágio do seu preço ou, em outras palavras, qual foi à expectativa do mercado para a alta do indicador na entressafra.
Observe o gráfico abaixo.
Mas como esse nosso contrato chega nesses dezoito anos de vida? Aparentemente meio cansado de tanta negociação? Ou simplesmente ele é o reflexo do status quo atual do mercado?
Repare na queda do ágio de 2006 para cá. Os picos das apostas de alta imaginavam um indicador 20% acima do que ele valia naquele momento. De 2006 para cá essas apostas, por assim dizer, foram perdendo gás. O contrato de outubro foi deixando de acreditar em novas altas para o indicador.
A média do ágio de 2006 para cá foi 16%. Antes era 20%. Certo. Mas e as médias das altas reais do indicador, ou seja, o que realmente ocorreu? Bom, até 2006 o indicador subiu em média 29%. De 2006 para cá --- pasmem --- o indicador subiu em média 31%.
Hein?! Então com o passar do tempo o contrato ícone da entressafra foi ficando cansado... foi diminuindo suas apostas... de 20% para 16% de aposta de alta, enquanto o indicador (mercado real) está mais jovem que nunca, subindo de verdade de 29% para 31%?
É isso aí.
E hoje? Ah, não, caro leitor. Aí é humilhação. Hoje o ágio está por volta de 6%. É o menor ágio desses últimos 18 anos PARA ESSA ÉPOCA DO ANO, ou seja, no início da entressafra.
Percebeu a coisa? O mercado físico sobe quase 50% a mais que as apostas no contrato de outubro e a turma não está percebendo isso. Estão muito focados no aqui - agora e esquecendo o longo-prazo?
Não sei. Mas esse é o status quo atual do mercado, bom ou ruim, falso ou verdadeiro, na mosca ou distorcido. Por incrível que isso possa parecer para quem acompanha esse mercado praticamente também há 18 anos.
Comentários? Escreva para cartapecuaria@gmail.com
FONTE: CARTA PECUÁRIA
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