O Egito voltou a ser um bom mercado para a carne bovina brasileira nos últimos dois meses. Afetado por forte crise política no início do ano, o país tinha pisado forte no freio nas compras.
De um volume de 79 mil toneladas importadas em julho do ano passado, os egípcios recuaram e compraram apenas 6.439 toneladas em fevereiro último.
Além de comprar mais, o Egito adquire produto de melhor qualidade. O preço médio da carne importada por eles atingiu o recorde de US$ 4.730 por tonelada nos primeiros 20 dias do mês. A receita foi a US$ 20 milhões.
O avanço das exportações em países como o Egito ajuda o setor a manter bom desempenho no ano.
Antonio Camardelli, da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), diz que essa capilaridade favorece a re- posição de mercados quando o setor encontra barreiras, como a atual da Rússia.
O mesmo não ocorre com a suinocultura. Em audiência ontem na Comissão de Agricultura da Câmara, o setor mostrou preocupação com o cenário atual.
Pedro Camargo Neto, da Abipecs (produtores e exportadores de suínos), diz que uma coisa ficou clara no encontro de ontem: o problema do setor é de muita oferta e pouca demanda.
Além disso, os preços da carne recuaram e os custos subiram. Pior ainda: a ameaça de geada pode reduzir ainda mais a oferta de milho, cujos estoques já são pequenos, segundo ele.
Camargo destaca que a situação pode ficar ainda pior se o embargo russo persistir. Na segunda-feira, uma equipe do Ministério da Agricultura estará na Rússia para discutir esse embargo.
Jornal Folha de S. Paulo
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