Contratos futuros de garrote para reposição forneceram os retornos mais seguros dentre todas as commodities, incluindo o ouro, na segunda metade de 2011, após ajuste para volatilidade, à medida que os altos custos dos alimentos animais e a seca levaram a rebanhos menores e preços recordes.
O Índice Total de Retorno Standard & Poor's GSCI para animais de reposição aumentou 2,45% nos seis meses que terminaram em 31/dez, com a volatilidade de 13,6, para um retorno com o risco ajustado de 0,18%, o maior por unidade de balança de preços entre as 24 commodities acompanhadas pelo S&P. Embora o ouro tenha ganhado mais, alcançando um recorde de US$ 1.923,60 por onça (28,3g) em 6 de setembro, a maior volatilidade do índice de retorno total do metal deixou seu ganho ajustado em 0,147%.
As commodities tiveram alta por 29 meses até abril, antes da crise de dívidas da Europa, levando o Índice de Retorno Total GSCI para uma queda de 24% em outubro, impulsionada pelos preços que deixaram somente sete commodities com retornos positivos com o risco ajustado. À medida que os futuros do ouro caíram 3,4% no quarto trimestre, sua primeira queda desde 2008, o futuro do boi magro alcançou um recorde no mês passado, à medida que o rebanho caiu e as exportações de carne bovina aumentaram.
O gado foi "uma das commodities de melhor desempenho no ano passado e a razão disso, claro, foi a liquidação do rebanho", disse a economista e especialista em commodity do ScotiaBank Group, Patricia Mohr. "No final do ano, o ouro perdeu algum terreno, por causa do fortalecimento do dólar" e a volatilidade aumentou à medida que a preocupação econômica se elevou.
Os animais para engorda têm cerca de um ano de idade e pesam de 500 a 800 libras (227 a 363 quilos) quando são vendidos aos confinamentos, até que alcancem 1.200 libras (544,3 quilos) e sejam abatidos.
O Índice de Retorno Total S&P GSCI do Gado Bovino Vivo, que rastreia o preço dos animais prontos para abate, avançou 2,39% na segunda metade de 2011, com a volatilidade de 15,4, com um retorno com o risco ajustado de 0,155%. Melhor em relação à volatilidade do ouro, que ficou em terceiro entre as commodities GSCI.
Os preços do gado podem continuar "se mantendo muito bem" durante 2012, à medida que a demanda por carne bovina está melhorando globalmente, enquanto a oferta demorará para se recuperar, disse Mohr.
A pior seca já registrada no Texas, o maior produtor dos Estados Unidos, destruiu pastagens no ano passado e forçou os pecuaristas a abater seus rebanhos. A população de bovinos dos Estados Unidos era de 92.582 milhões de cabeças no começo de 2011, a menor para essa data desde 1958, mostraram dados do governo. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgará a estimativa do rebanho de 2012 em 27 de janeiro.
Os contratos futuros do garrote de reposição na bolsa de Chicago (CME) alcançou um recorde de US$ 1,508 por libra (US$ 3,32 por quilo) em 28 de dezembro, sendo o contrato com maior crescimento de comercialização, aumentando 20% em 2011. Os contratos futuros do boi gordo também comercializados em Chicago, aumentaram para um recorde de US$ 1,25675 por libra (US$ 2,7706 por quilo) em 10 de novembro, terminando 12% maior no ano.
"A expansão da classe média em todo o mundo, aumentando a proteína nas dietas poderá se traduzir em mais consumo de grãos e, no final, que se dê suporte à carne bovina", disse o presidente da Teucrium Trading LLC, Sal Gilbertie, que patrocina os fundos exchange-traded funds (ETFs) para commodities desde o gás natural até o milho. Ele disse que os alimentos vão bem. "A última coisa que as pessoas farão é ficar com fome".
Os ganhos de preços para ambos os contratos de gado ultrapassaram o avanço de 20% do ano passado para ouro, o que registrou o 11º ganho anual consecutivo.
A reportagem é da Bloomberg, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
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