Substância é utilizada em antiparasitários bovinos e proibida em diversos países importadores de carne brasileira
- Eduardo Silva | Londrina (PR)
As novas regras para uso de avermectina na pecuária de corte, publicadas no fim do ano passado, por meio da Instrução Normativa 48, geram dúvidas em pecuaristas no Paraná. A substância, presente nos antiparasitários bovinos, não pode ser aplicada nos rebanhos em confinamento, semiconfinamento ou em terminação em regime extensivo, caso a ação do produto permaneça agindo no animal por mais de 28 dias até o abate.
– Falei com alguns colegas e o pessoal ainda não sabe direito. Agora tem que ter um planejamento para aplicar os vermífugos. A gente ainda não sabe como vai ser a fiscalização – diz o produtor rural Alexandre Garcia.
Segundo o presidente da Associação Nacional de Produtores Bovinos de Corte (ANPBC), José Fuentes, a medida tem como objetivo alavancar as exportações, já que o princípio ativo é proibido em diversos países para os quais o Brasil exporta carne.
– Quanto às exportações, o Brasil já perdeu mais de R$ 100 milhões em 2009, por causa da avermectina. Porém, tem que se levar em conta também o mercado interno, que consome 80% da carne produzida. Não é difícil achar um produto que substitua – explica.
Fuentes aponta ainda que responsabilizar o produtor pelo uso controlado da avermectina não é suficiente para garantir a qualidade da carne brasileira.
– Há um vazio entre a indústria e o produtor. Falta onde encontrar as informações e o produtor fica isolado – avalia.
Confira a íntegra da IN 48:
CANAL RURAL
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