Foto: EPA
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O RosSelkhozNadzor (Serviço Federal de Controlo Veterinário e Fitossanitário) suspendeu provisoriamente as importações de animais ruminantes vivos, assim como de suínos da União Europeia, à exceção de animais de raça, os quais, durante a entrada na Rússia, são sujeitos a um controlo fitossanitário reforçado.
A proibição, provisória, é condicionada por surtos de dois vírus na União Europeia – Schmallenberg e Blue Tang, perigosos para a saúde animal.
No início deste ano, na Europa Ocidental, surgiu uma doença absolutamente nova, provocada por um vírus nunca visto antes, denominado de Schmallenberg, pelo nome da cidade alemã em que foi descoberto. As primeiras pesquisas deram um resultado desfavorável: o vírus pode provocar em jovens bovinos, ovinos e caprinos defeitos de desenvolvimento. Até hoje, não foram detetados casos de doença entre humanos. Por esta razão, o Velho Mundo classificou as ações das autoridades russas como injustificadas. Contudo, especialistas russos consideram que não se pode reagir de forma impensada a uma doença perigosa e pouco estudada, disse o secretário de imprensa do RosSelkhozNadzor, Aleksei Alekseenko:
"Na realidade, esta doença é sobretudo perigosa porque não era conhecida antes. Ao mesmo tempo, as suas consequências são bastante dramáticas por desencadear abortos em metade de bovinos, caprinos e ovinos. Até hoje não foi provado que o vírus seja inofensivo para os humanos. Nesta situação, não podíamos importar gado como antes. Em relação a suínos existem outras causas: não foram observadas as medidas veterinárias elementares durante a importação de porcos vivos. Por isso foram introduzidas tais medidas restritivas".
A RosSelkhozNadzor não tomou imediatamente a decisão de proibir as importações. Em geral, estamos preocupados com ações de países da União Europeia em relação a este problema, continua Aleksei Alekseenko:
"Quando tivemos o primeiro encontro dedicado a este problema, perguntamos sobre as medidas restritivas que foram introduzidas. Foi ou não limitada a deslocação de animais das regiões afetadas? A resposta foi negativa. Para não impedir o comércio, os animais são vendidos descontroladamente em todo o território da União Europeia. Contudo, as consequências disso podem ser as mais inesperadas".
No entanto, em entrevista a edições europeias, um representante da Associação Profissional de Produtores de Suínos da Alemanha, Ulrich Polschneider, comunicou que as causas da proibição são para ele confusas. A sua colega, Jana Puttker, disse que a decisão russa foi politicamente motivada, visando proteger o mercado nacional. Não se pode contudo aceitar esta afirmação. No ano passado, a Rússia importou da União Europeia cerca de 40 mil toneladas de suínos para abate. Ao mesmo tempo, produziu cerca de 2,4 milhões de toneladas de carne suína e importou na totalidade 703 mil toneladas desta carne. Por isso, 40 mil toneladas não terão qualquer influência no mercado russo. Para além disso, no ano corrente, a produção de carne suína aumentará na Rússia em 150 mil toneladas. E, no contexto do início de funcionamento do Espaço Econômico Único (a partir de 1 de janeiro de 2012), na Rússia deve crescer o volume de carne suína importada da Bielorrússia.
Será que as sanções do RosSelkhozNadzor influirão no mercado de ovinos, caprinos e bovinos na Europa? Na opinião de especialistas, tal é pouco provável, porque a Rússia importa da Europa principalmente gado de raça.
FONTE: VOZ DA RUSSIA
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