quarta-feira, 21 de março de 2012

MT: Confinamento segue em alta


MT: Confinamento segue em alta
 
Para este ano, estimativa é elevar em até 15% o número de animais confinados em relação a 2011
Nos últimos 3 anos, 802 mil hectares reservados à atividade pecuária em Mato Grosso foram cedidos para o cultivo de soja. Substituição pela sojicultura está associada aos investimentos em confinamento, atividade que neste ano deve evoluir 15% no Estado, elevando o número de bovinos sob engorda intensiva para 878 mil em território mato-grossense. Informações foram apresentadas durante o 1º Seminário Perspectivas para o Confinamento 2012, realizado na sede da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato).

No ano passado, a atividade de confinamento evoluiu 28,84% no Estado, alcançando o total de 763,947 mil animais confinados. Em comparação com o rebanho existente em 2005, esse número representa uma evolução de 548%, conforme diagnosticado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). 
Presidente da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), Eduardo Moura, aponta 2 fatores que devem influenciar no crescimento da atividade neste ano, sendo o primeiro o aumento da área agricultável no Estado, favorecida pelos bons preços das commodities agrícolas, contribuindo para o aumento da produção de ração animal. Em segundo lugar, o enfraquecimento dos pastos, afetados pela morte súbita do capim e incidência da cigarrinha-das-pastagens. "Nossas pastagens raramente foram tratadas como a agricultura e há muita área de pastagem degradada". Estimativa é que haja 6 milhões de hectares de pastagem degradada em todo território estadual.

No ano passado, estudo do Imea apontou aumento do rebanho sob engorda intensiva principalmente nas regiões com maior produção de grãos, a exemplo do Médio-Norte, onde o confinamento expandiu 72%, alcançando rebanho de 186 mil animais confinados, contra 108 mil em 2010. Microrregiões como Norte e Nordeste registraram expansão na atividade, na margem de 25% e 41% cada uma. No Oeste e Noroeste mato-grossense, o confinamento retraiu 16% e 40%, respectivamente.

Neste ano, considerando apenas os gastos com concentrados e aquisição de animais, os custos devem variar (para cima) em média 1,7% em relação ao ano passado, alcançando média diária de R$ 13,99 por cabeça, ante os R$ 13,66 registrados em 2011. Para superintendente do Imea, Otávio Celidônio, apesar da valorização do milho e do preço do boi magro, ainda é possível lucrar com a engorda intensiva do rebanho.

Ele explica que cada confinamento obedece uma dieta para os animais, objetivando ganho de peso variável entre 1,4 quilos a 2 kg por dia. Para um ganho de peso médio de 1,65 kg/diário, considerando os preços da arroba do boi negociadas em contratos futuros, é possível garantir a lucratividade. Pressão de baixa nos preços do boi gordo, registrada desde o início do ano, é consequência do período de safra, situação que deve se reverter a partir do segundo semestre, conforme explica o engenheiro agrônomo e representante da Scot Consultoria, Alcides de Moura Torres. Mato Grosso é o estado com maior rebanho bovino no país, com uma média de 28 milhões de cabeças, segundo dados do Indea.

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