sexta-feira, 4 de maio de 2012

Deputado cobra providência quanto à monopolização da indústria frigorífica em MS



Deputado estadual Marcio Fernandes (PTdoB),
O anúncio pelo Grupo JBS em adquirir o frigorífico Independência ligou o sinal de alerta para os pecuaristas de Mato Grosso do Sul com relação à concentração das indústrias frigoríficas. Depois de procurado pelo setor, o deputado estadual Marcio Fernandes (PTdoB), vice-líder do governo, cobrou nesta manhã (3/5) providências do CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) quanto ao caso.
O deputado apresentou um requerimento à Mesa Diretora, assinada por outros 10 deputados, solicitando formalmente intervenção do Conselho no sentido de combater a prática antitruste no setor de frigoríficos do Estado.
O anúncio da aquisição do Independência pode inclusive travar o processo de fusão do JBS com o grupo Bertin, em pauta no CADE. A circunstância é o mais novo episódio envolvendo o grupo empresarial, que somente em 2011 adquiriu ou arrendou outros sete frigoríficos no País, inclusive o River Alimentos, em Coxim.
Marcio Fernandes demonstra preocupação, já que em Mato Grosso do Sul os produtores no segmento pecuária de corte ficariam praticamente à mercê de apenas duas empresas frigoríficas – JBS e Marfrig. O alerta já foi feito também pelo presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Chico Maia, além da preocupação demonstrada por outras entidades, como a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul).
Marcio Fernandes foi procurado por produtores por ser o presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária e Políticas Rural, Agrária e Pesqueira da Assembleia.
“A desconfiança do CADE quanto à postura agressiva de mercado do JBS pelo menos nos traz um alento, entretanto, o problema é mais profundo, visto que as aquisições têm sido subvencionadas com recursos do próprio governo federal, via BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social”, disse Marcio Fernandes.
Ainda segundo o deputado, não se vislumbra outra solução que não o fortalecimento dos pequenos e médios frigoríficos de Mato Grosso do Sul, de modo a preservar a livre concorrência e a consequente manutenção do preço do boi.
“Fica aqui o alerta e nos satisfaz saber que os produtores novamente têm demonstrado que conseguem se organizar para defender os interesses coletivos da classe, seja através da discussão entre entidades, seja através da mobilização da representatividade política”, comentou ainda Marcio Fernandes.
FONTE: A CRÍTICA

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