Com a segurança alimentar colocada em xeque com a fraude no leite, o governo estadual promete agora mirar seus esforços para um outro problema tão grave como: o abate clandestino de carne.
Vem da própria Secretaria da Agricultura o dado que preocupa: 20% dos abates têm origem desconhecida, como afirmou ontem o titular da pasta, Luiz Fernando Mainardi, durante o 44º Fórum Permanente do Agronegócio, que debatia o tema De Onde Virão os Terneiros?.
– Nós poderíamos perguntar para onde estão indo esses terneiros – observou Mainardi.
Pois a grande aposta para reverter o quadro tem sido a rastreabilidade do rebanho. A ideia é que o sistema seja compulsório – todo produtor teria de fazer. O projeto em si não é novo. Faz parte do Programa de Valorização da Carne Gaúcha e já deveria ter entrado em funcionamento no ano passado, conforme as estimativas iniciais. Será feito de forma escalonada até atingir 100% dos animais.
Mas depende de um projeto de lei que seja aprovado pela Assembleia gaúcha para se tornar realidade. Isso porque a obrigatoriedade faz com que os brincos com chip – que alimentariam o sistema de informações – tenham de ser subsidiados pelo Estado.
O custo é estimado em R$ 15 milhões por ano, segundo a coordenadora da Câmara Setorial da Carne Bovina da Secretaria da Agricultura, Anna Suñé. Mas só com os abates informais – estimativa de cerca de 500 mil cabeças –, deixa-se de arrecadar R$ 60 milhões em ICMS.
– Se depender de mim, o governador encaminha amanhã (hoje) mesmo o projeto para a instalação do sistema – garantiu o secretário.
Em cima dessa expectativa, um novo prazo para o início da rastreabilidade foi estipulado: animais nascidos a partir do mês de setembro deste ano já começariam a ser identificados.
Mas a garantia da qualidade do produto tem de vir já. Não dá para esperar a colocação dos brincos no gado, até porque, como ressaltou o próprio Mainardi, o consumidor tem o direito de saber o que está levando para casa.
FONTE: ZERO HORA
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