A campanha publicitária do grupo Joaquim Batista Sobrinho (JBS), detentor da marca Friboi,veiculada no rádio, televisão, revistas e jornais impressos, foi alvo de críticas da senadora Kátia Abreu (PSD-TO) no Senado Federal na última quinta-feira (15/8). Em discurso de mais de 16 minutos, a parlamentar disse que as propagandas não têm ética, pois “são legais, mas não tem moral” e que elas também cometem “distorções”.
A senadora, que é presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), chama o conteúdo do frigorífico de “grande campanha” e disse que o seu pronunciamento serve “para alertar a população do que realmente é necessário e como as coisas acontecem no mundo da lei”. A parlamentar lembrou que o protagonista das propagandas, Tony Ramos, da TV Globo (que para ela tem “muita influência opinião pública), diz que a “única carne que é boa e tem garantida no Brasil é a marca Friboi.”
Ressaltando que a campanha é feita diariamente de forma “incisiva e repetitiva”, Kátia Abreu comentou que a campanha, “de acordo com o mercado”, não teria custado menos que R$ 50 milhões. Garantindo ser um direito das empresas de fazer o marketing de seus produtos, a senadora alertou que no país não existe somente uma marca boa do produto, mas sim centenas. “Temos que ter o cuidado e a cautela de não praticar o marketing enganoso. E cabe a mim, que conheço esse setor tão bem, dizer que nós não temos só uma marca boa no Brasil. Nós temos centenas de marcas boas.”
A empresária pecuarista, que apesar de ter sido eleita pelo Tocantins nasceu em Goiânia, explicou que, para uma marca ser boa, ela tem de possuir o selo Certificado de Inspeção Federal (CIF). “O CIF do JBS não é diferente do CIF das outras marcas. Porque na verdade essa propaganda deprecia o carimbo brasileiro de inspeção e nos atrapalha, inclusive, com a impressão internacional que pode ser contaminada com a opinião pública nacional,” argumentou.
A emissão é feita em toda e qualquer exportação de animais vivos ou produtos de origem animal e deve cumprir requisitos exigidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Para a senadora, a campanha faz com que os brasileiros, “a dona de casa e o pai de família", pensem que estariam fazendo mal a família ao comprar carnes de outras marcas. “Não é verdade brasileiros. A carne bovina daqui é admirada no mundo inteiro. Aqui não tem boi fechado 24 horas em curral comendo ração animal. Não, nossos bois são verdes, criados a solta, nos pastos e que se alimentam apenas de sal mineral”, afirmou.
Recursos do BNDES
De forma contundente, Kátia Abreu lembrou que as outras marcas encontradas nas prateleiras dos supermercados que contém os selos são iguais ao grupo JBS. Ela lembrou que existem outras empresas e produtores com a “língua para fora” querendo a mesma oportunidade de contrair empréstimos com o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Para ela, a empresa usou “toda a fortuna tomada no BNDES com recursos subsidiados pelo povo brasileiro, mais de R$ 7 bilhões”, e deixou em detrimento outros pequenos frigoríficos.
“Não queremos um mercado destrutivo. Vá e diga que a sua carne é boa, que tem boa qualidade, que é produzida em frigoríficos de primeira, mas não diga que é a única que o povo brasileiro pode comer. Porque, senão, nós estaríamos perdidos. Eu quero dizer a vocês, brasileiros de todos os lugares, de todas as classes sociais: tenham confiança na carne brasileira, porque são carnes que estão sendo fiscalizadas," garantiu a senadora.
Foto: Moreira Mariz/Agência Senado/ArquivoFonte: Marcello Dantas/Jornal OpçãoPostador: surgiu.com (abr)
FONTE: SURGIU
FONTE: SURGIU
Nenhum comentário:
Postar um comentário