quarta-feira, 21 de agosto de 2013

José Roberto Puoli: uma análise diferente sobre o abate de fêmeas no Brasil – para onde nossa pecuária está indo?

O Workshop Análise sobre Mercado do Boi e da Carne aconteceu no dia 15 de Maio de 2013, em São Paulo, o 4º Workshop BeefPoint em 2013.
José Roberto Puoli, mais conhecido como Limão, é Engenheiro Agrônomo e consultor em produção de gado de corte. Atualmente também é pecuarista no Paraguai, e ministrou a palestra: Uma análise diferente sobre o abate de fêmeas no Brasil – para onde nossa pecuária está indo? 
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O palestrante inicia mostrando que a pecuária cresceu muito e dominou o Brasil. Segundo ele, as comodditties agrícolas atualmente estão muito mais caras. A área agricultável aumentou, porém a de pastagem diminuiu, contudo a taxa de lotação de pastagem também aumentou.
O rebanho bovino está em torno de 180-190 milhões de cabeças. Em resumo, houve diminuição das fronteiras agrícolas, reduziu desmatamento, porém houve aumento no valor dos alimentos.
O abate de fêmeas aumentou, pois até nov/2002 era em torno de 450 mil cab/mês, já em dez/2007 está em torno de 1.200.000. O abate de bois cresce de forma linear. Segundo Puoli, o abate de fêmeas cresceu e estabilizou.
O rebanho brasileiro não deve crescer como mostra o IBGE, na opinião do palestrante a pecuária está estável. É muito importante avaliar a exportação, pois antigamente não se exportava como hoje em dia, produção e exportação estão diretamente correlacionadas. O preço do boi gordo, da vaca gorda e da tonelada exportada andam juntos.
A pecuária no Brasil continuará sendo sustentada pelas pastagens, porém a expectativa é que haja melhoria nas pastagens, o zebu irá predominar porém os híbridos terão espaço grande. O confinamento será uma ferramenta para facilitar manejo e comercialização, segundo o palestrante não terá crescimento confinamento como negócio exclusivo.
Sobre terceirização de confinamento, o palestrante afirma que pode ser viável mas é preciso observar a região, se há empresas próximas, se a distância irá compensar e principalmente se o número de cabeças irá viabilizar o processo economicamente.
Puoli afirma que a integração lavoura-pecuária irá alavancar, o benefício para agricultura neste processo é extraordinário, afinal os solos ficam protegidos, as pastagens melhoram o desempenho. Haverá proteção e conservação do solo.
Nos próximos 10 anos haverá produção de 11 milhões de toneladas/ano de carne bovina. O rebanho continuará entre 180-190 milhões de cabeças.
O alto abate de fêmeas não pode mais ser determinante no ciclo da pecuária, é preciso correlacionar outras variáveis como o ágil do bezerro, e encontrar outras variáveis mais consistentes. A dinâmica da pecuária mudou, a tecnologia leva ao abate mais elevado de fêmeas. A tendência do ciclo brasileiro é de se assemelhar ao ciclo americano.
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Conclui-se que o abate de fêmeas será alto e constante, a pecuária usará mais tecnologia, o confinamento dará suporte para o processo, principalmente para as pastagens, pessoas será um problema, pois a mão-de-obra irá reduzir ainda mais, é necessário investir em gestão de pessoas. O rebanho brasileiro terá grandes mudanças estruturais. O Brasil é extremamente carente em dados de pecuária, o que é um fator limitante para o planejamento e análise de mercado.
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Artigo escrito por Flaviane Afonso Ferreira, coordenadora de conteúdo do BeefPoint, baseado na palestra Uma análise diferente sobre o abate de fêmeas no Brasil – para onde nossa pecuária está indo? , de José Roberto Puoli, no Workshop 2013 sobre análise do mercado do boi e da carne.

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