por Fernando Furtado Velloso
A Expointer está batendo na porta e, na sequência, a temporada de primavera com a venda de reprodutores. De setembro a meados de novembro, temos agenda cheia de leilões de touros, desde os tradicionais (tendo alguns cinquentenários) até os novatos e estreantes buscando algum espaço neste mercado disputado.
O pecuarista que vai às compras tem fartas opções e modalidades: remates particulares, leilões dos sindicatos em suas expofeiras, vendas diretas, vendas online, transmissão de leilões por televisão ou internet e por aí vai.
Pois bem, escolher e adquirir um touro tornou-se uma tarefa mais complexa, mas por bons motivos: hoje, temos mais ferramental técnico para avaliar um animal de forma objetiva. Os reprodutores são ofertados com dados técnicos de desempenho, DEPs das avaliações genéticas, medidas e DEPs das avaliações ultrassonográficas de carcaça (Área de Olho de Lombo, Cobertura de Gordura e Marmoreio), animais Dupla Marca ou possuidores de CEIP (Certificado Especial de Identificação e Produção) e até análises feitas a partir do DNA colhido de cada animal (chamados Marcadores Moleculares). É bastante coisa e, para complicar, mais esta tarefa, muitas das características têm correlações negativas, ou seja, o touro que é muito bom para uma característica, normalmente é inferior para outra. O DEP nos ajuda muito a reduzir os erros, pois é um índice que nos fala somente da genética do animal e do que será transmitido aos seus filhos (Diferença Esperada na Progênie).
Esta situação é positiva e entusiasmante, pois é um processo sem fim. A cada ano, são incorporadas novas tecnologias ou processos na seleção e melhoramento dos bovinos. Um ponto muito positivo, pensando em oportunidade, é que na fase que estamos vivendo é possível adquirir um touro muito bom por um valor médio de mercado. Pois, a grande maioria dos compradores de reprodutores, ainda não domina a tecnologia disponível para bem escolher o touro certo para seu rebanho. Aqui, cabe ainda, um parênteses: o melhor touro para a sua necessidade não é necessariamente o touro que todos entendem como o melhor do remate.
Estamos ainda com bom tempo para avaliar onde buscar os reprodutores que terão grande impacto em nossos rebanhos (positivo ou negativo!) e também tempo para buscar informação sobre os diferenciais das boas seleções (que tenham programas sérios e objetivos). Busque informações sobre os leilões de seu interesse, solicite os dados técnicos antecipadamente, analise a informação antes dos remates ou busque apoio especializado para interpretar os dados técnicos. Priorize leilões que vendem animais com Avaliação Genética (DEPs), pois não há porque comprar uma máquina sem especificações técnicas conhecidas.
De fato, ficou complicado comprar um touro. Que bom!
Publicado no Jornal Folha do Sul
Nenhum comentário:
Postar um comentário