sexta-feira, 18 de abril de 2014

Novo calendário para a pecuária gaúcha

Produtores capitalizados com soja investem em terneiros para vendê-los na temporada de primavera

Vêm das lavouras os fatores que ajudam a explicar a consolidação da tendência da venda de terneiros também na temporada de primavera, e não apenas no período das feiras de outono, em uma nova configuração do calendário da pecuária gaúcha. Produtores capitalizados com a soja estão experimentando a pecuária como forma de investimento.
Aproveitando a oferta do outono, compram terneiros, colocam nas pastagens de inverno e, à época do novo ciclo de verão, quando é necessário abrir espaço à soja, vendem os animais, observa Francisco Schardong, presidente da Comissão de Exposições e Feiras da Farsul.
Outro motivo para a mudança vem das culturas de inverno. Depois de uma safra de trigo marcada pelo recorde de produção mas também pela grande dificuldade de venda, a projeção é de que muitos agricultores optem por destinar espaço a pastagens, colocando terneiros nessas áreas, a serem depois negociados na primavera.
– Acho que esse circuito de vendas vai se consagrar neste ano – aposta José Alcindo de Souza Ávila, superintendente da Casa Rural.
A Associação dos Núcleos de Produtores de Terneiros de Corte-Sul (Anptc-Sul), que engloba Lavras do Sul, Bagé, Cachoeira do Sul, Caçapava do Sul, São Sepé e Pinheiro Machado, colocará à venda na temporada de outono 14 mil animais – terneiros, terneiras e vaquilhonas. Na primavera, mais 12 mil devem ser ofertados, somando 26 mil no ano. A quantidade é 68% maior que em 2010.
– Estamos explorando esse mercado (de venda de terneiros na primavera) há horas. Ao contrário de outras regiões, nossa oferta vem crescendo – destaca Enio Dias Santos, tesoureiro da Anptc-Sul.
Para os remates de outono, a previsão é de venda garantida dos animais ofertados.
– O comprador vem em busca de qualidade, de oferta uniforme – explica Jacques Brasil de Souza, presidente da entidade, que ontem participou na Capital de evento de lançamento dos remates.
fonte:Gisele Loeblein - Zero Hora 


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