sexta-feira, 14 de maio de 2010

Produção de carne bovina tem de dobrar até 2050


O avanço da tecnologia no campo da genética, sanidade e nutrição animal, aliado ao desenvolvimento de novos métodos de administração e controle do manejo sobre o rebanho bovino, alterou de maneira definitiva os parâmetros de eficiência da pecuária de corte mundial ao longo das últimas décadas. O reflexo desta verdadeira revolução no ambiente das propriedades rurais, que se verifica principalmente na melhora dos índices zootécnicos e da produtividade média dos rebanhos, também traz como consequência mudanças na geografia do mercado mundial da carne e derivados.
Países como Brasil, China, Índia e Rússia surgem para o mundo como importantes potências econômicas emergentes e, na esteira de um mercado global em franca transformação, pelo menos dois desses países despontam com forte potencial para se consolidarem como fornecedores regulares de carne bovina para o mundo: Brasil e Índia. “A se confirmarem as projeções do último relatório divulgado pela FAO - Órgão das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura – que mostra que o mundo terá de dobrar sua produção de alimentos até 2050, a pecuária tem papel fundamental para atender a demanda de uma população que deve saltar dos atuais 6,5 bilhões para 9,1 bilhões de habitantes”, destaca Juan Lebrón, diretor executivo da Assocon (Associação Nacional dos Confinadores).
Em 2009, a produção mundial de carne bovina e bubalina processada pela indústria frigorífica no mundo foi de 65,9 milhões de toneladas. Deste total, 9,2 milhões de toneladas (15%) foram processadas pelo Brasil, segundo dados da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne). Esse volume coloca o País na terceira colocação do ranking global que tem nas duas primeiras colocações os EUA (21%) e a União Europeia, que reúne 27 países (14%), além de China (11%), Argentina (6%), Índia (5%), Rússia e México (3%), entre outros.
Em termos de comercialização, os números mostram que o Brasil fez o dever de casa e atualmente ocupa posição estratégica entre os grandes fornecedores mundiais. Com vendas para mais de 180 países nos cinco continentes, as exportações brasileiras de carne bovina somam 2 milhões de toneladas in natura e industrializadas e receita de US$ 3,6 bilhões. Os principais destinos da carne brasileira in natura são: Rússia, Iran, Hong Kong, Egito, Venezuela, Algeria e industrializada, EUA, Reino Unido, Itália, Holanda, Japão, ambas nesta ordem.
Em setembro próximo representantes de alguns desses países estarão na 3ª Conferência Internacional de Confinadores (Interconf), organizada pela Associação Nacional dos Confinadores. O evento reunirá representantes dos principais países produtores e negociadores de carne bovina no mundo entre os dias 14 e 16 de Setembro, em Goiânia (GO). Em apenas três anos, a Interconf já é o maior encontro de âmbito internacional voltado à discussão de temas ligados à pecuária de produção intensiva no País.
Segundo Juan Lebron, além da visão macroeconômica trazida por renomados especialistas internacionais, a Interconf 2010 quer ampliar o debate em torno dos temas mais importantes do mercado da carne bovina. “Queremos debater os desafios que se apresentam para garantir que a produção continue crescendo, gerando desenvolvimento econômico sustentável, com respeito às leis e às pessoas e, acima de tudo, de que maneira o novo governo atuará na condução de políticas públicas que interessam diretamente à cadeia do agronegócio da carne”, ressalta o diretor executivo da Assocon.
O lançamento oficial da programação da Interconf 2010 acontecerá no próximo dia 17 de junho de 2010 durante a 16ª Feicorte (Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne), no Parque de Exposições Imigrantes, em São Paulo.
Para informações e inscrições acesse www.interconf.org.br ou (11) 3467-5366
FONTE: AGROMUNDO

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