quinta-feira, 13 de maio de 2010

Valorização de terneiros dá novo ânimo para leilão de corte na Fenasul

Evento ocorre no próximo dia 27, em Esteio
As vendas aquecidas nos remates da temporada de outono, com animais valorizados em pista, alimentam boas expectativas para a 8ª Feira de Terneiros, Terneiras e Vaquilhonas, lançada ontem, na Capital. O evento será no próximo dia 27, em Esteio, dentro da Feira de Agronegócios do Sul (Fenasul).

A qualidade dos animais oferecidos e as possibilidades de crédito, que já têm favorecido os negócios no Interior, também prometem impulsionar a comercialização em Esteio.
– Nesta temporada, em todo o Estado, os animais são bons, e o produtor está capitalizado. Não sobram exemplares nos leilões – destaca Jarbas Knorr, presidente do Sindicato dos Leiloeiros Rurais do Rio Grande do Sul, ao fazer um balanço do certame.
Nas principais praças locais, o preço médio pago pelos terneiros não tem baixado de R$ 3 o quilo vivo.
– Hoje, os valores praticados têm ficado entre 10% a 20% acima do ano passado – complementa Pedro Tellechea, da Tellechea & Bastos Leilões.

Para o remate, que integra a Fenasul, são 1,5 mil terneiros, terneiras e vaquilhonas inscritos, número que pode chegar a 1,8 mil, segundo a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul). Um dos diferenciais é que, desta oferta, 500 exemplares são certificados da raça angus.
E os criadores que forem às compras se beneficiarão de crédito, com juros de 6,75% ao ano, via Banrisul (R$ 5 milhões para animais, limite de R$ 30 mil ) e Banco do Brasil (financiamentos com limite de R$ 200 mil).

– Com as facilidades de crédito, a compra se paga com os terneiros – diz Francisco Schardong, da Farsul, que projeta movimentar R$ 1,2 milhão na feira de terneiros.
No ano passado, o leilão de corte rendeu R$ 441,15 mil para 746 animais (em razão da seca que reduziu a oferta de exemplares). A Fenasul será lançada amanhã, no Palácio Piratini.

Investimento seguro no inverno
Irineu Guarnier Filho
As feiras de terneiros são sempre um bom termômetro para aferir o grau de aquecimento da pecuária. E, a julgar pelos remates já realizados no Estado, o mercado está aquecido. Um exemplo? Em apenas 55 minutos, o leiloeiro Fábio Crespo vendeu 1.065 terneiros num remate conduzido nesta semana em Uruguaiana. Em outro, em Santana do Livramento, o leiloeiro vendeu 1,5 mil animais em menos de duas horas. E o melhor: os terneiros foram negociados por preços superiores ao do boi gordo.
A procura maior que a oferta e a disponibilidade de crédito podem ser atribuídas às boas vendas do outono. Mas existem outros fatores a impulsionar esse negócio. A terra não pode ficar parada no inverno, à espera da próxima lavoura de verão. A pastagem, com gado em cima, garante o giro financeiro da fazenda em alta nos meses de inverno. A pecuária pode não ser tão rentável como a agricultura, mas é um negócio menos sujeito às peripécias do clima e às oscilações do mercado de grãos, quase sempre tão volátil. É, portanto, um investimento conservador – mas bem mais seguro neste período em que os campos gaúchos se vestem de geada.

FONTE: www.clicrbs.com.br

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