Evento ocorre no próximo dia 27, em Esteio
As vendas aquecidas nos remates da temporada de outono, com animais valorizados em pista, alimentam boas expectativas para a 8ª Feira de Terneiros, Terneiras e Vaquilhonas, lançada ontem, na Capital. O evento será no próximo dia 27, em Esteio, dentro da Feira de Agronegócios do Sul (Fenasul).
A qualidade dos animais oferecidos e as possibilidades de crédito, que já têm favorecido os negócios no Interior, também prometem impulsionar a comercialização em Esteio.
– Nesta temporada, em todo o Estado, os animais são bons, e o produtor está capitalizado. Não sobram exemplares nos leilões – destaca Jarbas Knorr, presidente do Sindicato dos Leiloeiros Rurais do Rio Grande do Sul, ao fazer um balanço do certame.
Nas principais praças locais, o preço médio pago pelos terneiros não tem baixado de R$ 3 o quilo vivo.
– Hoje, os valores praticados têm ficado entre 10% a 20% acima do ano passado – complementa Pedro Tellechea, da Tellechea & Bastos Leilões.
Para o remate, que integra a Fenasul, são 1,5 mil terneiros, terneiras e vaquilhonas inscritos, número que pode chegar a 1,8 mil, segundo a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul). Um dos diferenciais é que, desta oferta, 500 exemplares são certificados da raça angus.
E os criadores que forem às compras se beneficiarão de crédito, com juros de 6,75% ao ano, via Banrisul (R$ 5 milhões para animais, limite de R$ 30 mil ) e Banco do Brasil (financiamentos com limite de R$ 200 mil).
– Com as facilidades de crédito, a compra se paga com os terneiros – diz Francisco Schardong, da Farsul, que projeta movimentar R$ 1,2 milhão na feira de terneiros.
No ano passado, o leilão de corte rendeu R$ 441,15 mil para 746 animais (em razão da seca que reduziu a oferta de exemplares). A Fenasul será lançada amanhã, no Palácio Piratini.
Investimento seguro no inverno
Irineu Guarnier Filho
As feiras de terneiros são sempre um bom termômetro para aferir o grau de aquecimento da pecuária. E, a julgar pelos remates já realizados no Estado, o mercado está aquecido. Um exemplo? Em apenas 55 minutos, o leiloeiro Fábio Crespo vendeu 1.065 terneiros num remate conduzido nesta semana em Uruguaiana. Em outro, em Santana do Livramento, o leiloeiro vendeu 1,5 mil animais em menos de duas horas. E o melhor: os terneiros foram negociados por preços superiores ao do boi gordo.
A procura maior que a oferta e a disponibilidade de crédito podem ser atribuídas às boas vendas do outono. Mas existem outros fatores a impulsionar esse negócio. A terra não pode ficar parada no inverno, à espera da próxima lavoura de verão. A pastagem, com gado em cima, garante o giro financeiro da fazenda em alta nos meses de inverno. A pecuária pode não ser tão rentável como a agricultura, mas é um negócio menos sujeito às peripécias do clima e às oscilações do mercado de grãos, quase sempre tão volátil. É, portanto, um investimento conservador – mas bem mais seguro neste período em que os campos gaúchos se vestem de geada.
FONTE: www.clicrbs.com.br
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