A oferta de boi gordo para abate continua escassa. A arroba atinge até R$ 97 no mercado físico de São Paulo, enquanto as cotações do primeiro contrato do mercado futuro superaram os R$ 100.
No fechamento de ontem, a arroba foi negociada a R$ 101,29 na BM&FBovespa, o maior valor registrado desde meados de 2008.
Com essa elevação constante, os preços da carne bovina estão 23% acima dos de há um ano no mercado físico.
Está mais em conta para o consumidor paulistano comprar um quilo de filé de bacalhau extra limpo, tipo Porto, do que um quilo de picanha.
Um mercado de São Paulo negociava o bacalhau a R$ 37 por quilo ontem, enquanto a picanha estava a R$ 44.
Essa alta acelerada da carne ocorre devido à escassez de animais. Há quatro anos, os preços da carne bovina despencaram e os pecuaristas foram obrigados a abater as vacas devido à falta de remuneração no setor.
A diminuição no nascimento de bezerros provocou a falta de animais prontos para abate. A escassez coincidiu com elevação do consumo interno e crise internacional no abastecimento de proteínas animais.
Além disso, o setor vive o pico da entressafra, quando normalmente os preços se aceleram.
Mesmo com a alta dos preços internos das carnes, o consumo não caiu o quanto se imaginava. Com isso, as vendas internas compensam mais do que as exportações para alguns cortes de carne, principalmente devido ao real valorizado.
Foi essa valorização da moeda brasileira que permitiu o barateamento do bacalhau no mercado interno.
A alta da carne de boi sustenta também as de suíno e a de frango.
Fonte: Folha de São Paulo
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