sexta-feira, 29 de outubro de 2010

JBS analisa produção e comercialização do gado do Pantanal

O Brasil enfrenta atualmente um período de baixa disponibilidade de gado para abate. Essa escassez de matéria-prima dificulta as operações dos frigoríficos, que competem não apenas na colocação de seus produtos, mas principalmente na aquisição de bovinos para a indústria.
É importante lembrar que na cadeia da carne bovina nacional se estabeleceu um vício que por vezes impede o crescimento vertical da produção.
O desejo de vender a arroba na “máxima” é perseguido pelo pecuarista que usa a especulação com os estoques e escalas como motivação.
O que se percebe é que o MAIOR preço só é visto pelo pecuarista quando ele olha para trás.
A estratégia comercial mais “redonda” seria vender o animal quando o preço de mercado superar o custo de produção garantindo uma rentabilidade aceitável, outra estratégia é realizar a venda aos poucos, durante todo o ano, garantindo um preço médio satisfatório.
A produção de bovinos, ao contrario da produção de aves e suínos, possui um ciclo de produção longo, em média com 22 meses ou 660 dias.
A cadeia bovina se mostra ainda mais imprecisa, quando há uma demanda de longo prazo frente a uma baixa oferta. Essa desarmonia é sentida, principalmente no preço de venda (oscilações de preço em curtos prazos) e no mercado de reposição de animais, já que a venda dos animais geralmente é combinada com a decisão de compra de animais para repor o rebanho.
Outra particularidade é que na produção de bovinos existem poucos contratos de longo prazo vinculando produtores e indústrias, mesmo havendo mecanismos disponíveis para venda antecipada: boi a termo, futuro e opções.
A competitividade da cadeia da carne bovina depende principalmente da adoção de formas de crescimento vertical, onde as tradicionais relações de mercado sejam substituídas ou, no mínimo, complementadas por relações que forneçam mais lucro.
O Grupo JBS é conhecido pelo desenvolvimento e aplicação de sistemas de verticalização da produção de carne bovina no Brasil.
Disponibilizando a seus fornecedores cada vez mais a aproximação a novas tecnologias, o uso de ferramentas facilitadoras de crédito, alem das varias formas de comercialização, reduzindo as incertezas da produção.
Vale ressaltar que essas ferramentas dependem da existência de vantagens recíprocas para os participantes.
No Pantanal Sul Matogrossense, a necessidade de aumento de produtividade e para que ocorra a recuperação da competitividade da cadeia da carne bovina na região deverá passar por um aumento da participação de arranjos formais, conseguindo dessa forma proteção, evitando alguns riscos, garantindo um contentamento com os lucros.
Conforme o uso de ferramentas otimizadoras da produção e o uso de parcerias estratégicas forem se difundindo e fortalecendo no estado, existirá a tendência de perda de espaço dos profissionais informais (picaretas) e o crescimento das redes líderes em custo com segurança.
O consumidor deseja carne boa, num preço que não doa nos bolsos. Mais um motivo para que um compromisso seja estabelecido entre os segmentos de produção (fazendas), abate/processamento (frigoríficos e abatedouro), onde se possa fornecer uma carne de melhor qualidade e garantir melhores rendimentos a todos os participantes.
É hora de buscar entender mais sobre o mercado e aproveitar as oportunidades de investimento e aquisições, estruturação financeira, ansiando por meio de uma boa condução da empresa pecuária, juntamente com os demais envolvidos na produção, reduzir custos, aumentar a produtividade e expandir a produção de produtos de maior valor agregado conseguindo assim aumentar as margens de ganho.
Produção e comercialização do Gado do Pantanal
Texto de Renato Lugo Cervantes*
*Eng. Agrônomo, Analista Comercial Jr. do Banco JBS “O Banco da Pecuária” em Aquidauana-MS.

FONTE: AQUIDAUANA NEWS

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