O coordenador do Sisbov (Serviço Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos), Naor Luna, esteve em São Carlos (SP) no final de outubro, para visitar as duas unidades da Embrapa na cidade (Instrumentação Agropecuária e Pecuária Sudeste) e conhecer o funcionamento do Tag Ativo, um dispositivo para identificação e monitoramento do trânsito de animais.
Após a visita às duas unidades, ele participou, na Embrapa Instrumentação Agropecuária, da reunião da Comissão de Estudos de Normas Técnicas, que discutiu a revisão das normas NBR 14766 e NBR 15006 que tratam da identificação de animais por radiofreqüência (rastreabilidade). A comissão faz parte do Comitê Brasileiro de Normas Técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). O coordenador da Comissão (CB4), pesquisador Washington Luiz de Barros Melo, da Embrapa Instrumentação Agropecuária, adiantou que um dos assuntos discutidos refere-se à redistribuição dos bits de identificação do animal . “Discutimos o número máximo de vezes para substituir, em caso de perda, o transponder usado pelo animal, ou seja, uma segunda via do seu RG, mas com o mesmo número identificador”, diz ele.
ISO no Brasil
A revisão da norma ocorre um mês após representantes da ISO (Organização Internacional para Padronização) terem participado, pela primeira vez no Brasil, de encontro para discutir a identificação eletrônica de animais por radiofreqüência, no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em Brasília.
Participarão de reunião de hoje, além de Naor Luna, os pesquisadores da Embrapa, Washington Luiz de Barros Melo (Instrumentação Agropecuária), Waldomiro Barioni Júnior (Pecuária Sudeste) e representantes de empresas privadas.
Tag Ativo eletrônico para o gado reduz fraudes e custos
A Embrapa Pecuária Sudeste lançou, recentemente, o “TAG Ativo”, um dispositivo para identificação e monitoramento do trânsito de animais. Este dispositivo eletrônico substitui os documentos em papel exigidos no transporte de gado, como atestados de vacina e dados sobre o animal. O novo produto ajudará a reduzir fraudes e baixará custos. O aparelho tem memória para gravar e transmitir dados coletados por radiofreqüência – similar aos utilizados nos pedágios das rodovias paulistas e do Sul do Brasil (“sem parar” ou “passe fácil”) – de animais rastreados e identificados com brincos eletrônicos. “A nova tecnologia consolida os processos de rastreabilidade, contribuindo assim para a melhoria da eficiência e competitividade da pecuária brasileira nos mercados interno e externo”, diz o pesquisador Waldomiro Barioni Jr, da Embrapa Pecuária Sudeste.
Com tecnologia totalmente brasileira, a Embrapa Pecuária Sudeste e a empresa parceira AnimallTAG, de São Carlos, tiveram participação na concepção do produto. Agora a Embrapa Pecuária Sudeste e a AnimallTAG estão validando o dispositivo a campo para transporte de bovinos. O direito de fabricação do TAG-Ativo é de exclusividade da empresa parceira por tempo determinado, cabendo à Embrapa Pecuária Sudeste os royalties sobre a comercialização do produto.
É um sistema de baixo custo, que automatiza o processo de fiscalização nos postos de fiscalização da sanidade animal, mesmo em regiões afastadas, sem infra-estrutura; reduz o tempo de fiscalização para poucos segundos, permite a inspeção de 100% dos veículos; permite saber quantos e quais animais passaram pelas barreiras, proporcionando um monitoramento total do trânsito animal; proporciona boa capacidade de resposta frente ao surgimento de eventuais emergências sanitárias; permite integração com a Guia de Trânsito Animal (GTA) eletrônica e com o SISBOV. Com a adoção do novo produto, o camioneiro levará o Tag Ativo fixado ao caminhão de transporte de animais, do lado externo, ao invés das dezenas de documentos em papel, hoje ainda necessários.
No novo equipamento estão ainda gravados os dados da Guia de Trânsito Animal – GTA, do Documento de Identificação Animal – DIA e a identificação do motorista do caminhão, responsável pela carga de animais.
Como funciona o Tag
O sistema proposto é composto por um Tag Ativo (1), um leitor fixo (2) para leitura do Tag Ativo, brincos eletrônicos (3) para identificação dos animais e um leitor portátil (4) para leitura do brinco Eletrônico.
1) O Tag Ativo é um pequeno dispositivo de rádio freqüência similar aos utilizados nos pedágios das rodovias paulistas e do Sul do Brasil. Sua distância de leitura é maior que a do Brinco Eletrônico.
2) O leitor portátil é um equipamento dotado de uma antena que ao ser acionado faz a leitura do brinco eletrônico.
3) O leitor fixo é um equipamento no formato de painel, dotado de uma grande antena, e com alcance de leitura maior, possibilitando a leitura dos Tags Ativos.
4) O brinco eletrônico é um identificador fixado a orelha do animal, sem bateria, que transmite o número do animal quando excitado por um sinal de rádio freqüência. Sua função é identificar o animal e não localizar o animal. A distância de leitura de um brinco eletrônico é pequena pelo fato de não possuir bateria. Normalmente um brinco eletrônico é usado em conjunto com um brinco plástico visual, fixado na outra orelha do animal.
FONTE: Boi a Pasto
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