sexta-feira, 30 de março de 2012

Abates no frigorífico Três C serão retomados


Rafael Vigna
A empresa que já foi responsável por balizar os índices de emprego e de arrecadação do munícipio de Rio Pardo planeja nova expansão a partir da posse de um grupo de investidores do Rio de Janeiro. Em dois anos, o Frigorífico Três C deve passar por uma série de aportes, estimados em US$ 250 milhões, para retomar a industrialização própria, centralizar as operações e equalizar os passivos totais para voltar a abater cerca de mil cabeças de gado por dia nos próximos dois anos.

O novo diretor, Hélio Alves, ligado a uma consultoria que administra passivos e trabalha com a compra e a venda de créditos tributários, afirma que este foi o ponto de partida para o interesse em assumir o negócio no Rio Grande do Sul. Segundo ele, 80% dos problemas do Três C são de ordem tributária, enquanto 10% do passivo projetado em R$ 200 milhões se referem a dívidas com fornecedores e causas trabalhistas.

“Não nos pautamos somente pelas dívidas. Para levantar o frigorífico, temos de nos preocupar em preparar a empresa para o futuro e saldar as contas. Já temos alguns investidores em negociação e a nossa meta é abrir o capital da empresa em médio prazo”, explica Alves.

O executivo, que já administrou um frigorífico no Pará, assegura que a nova administração dispõe dos créditos necessários para equacionar os débitos tributário municipais, estaduais e federais. No entanto, o planejamento estratégico ainda prevê aportes de US$  100 milhões, que somados aos passivos devem chegar a US$ 250 milhões. O objetivo, explica Alves, é a criação de outras seis empresas destinadas ao aproveitamento de 100% das carcaças abatidas em Rio Pardo.

Segundo ele, unidades de beneficiamento de couro, processamento de subprodutos, criação de peixes e fábrica de embutidos, de ração animal e de materiais de limpeza, para aproveitar a gordura animal como matéria-prima para produção de detergentes e sabão, são algumas das metas traçadas para os próximos 24 meses. “Primeiro precisamos chegar a um denominador final para os passivos. Em seis meses, teremos o perfil completo. A partir deste momento queremos alocar os recursos para começar os investimentos”, revela.

Para o prefeito de Rio Pardo, Joni Lisboa da Rocha, a notícia vem em boa hora. O frigorífico, fundado em 1987, já empregou mais de mil funcionários no auge da produção. Atualmente, com apenas 100 trabalhadores e terceirizando os abates, a empresa não possui a mesma representatividade na arrecadação da cidade com cerca de 40 mil habitantes.

Rocha antecipa que o planejamento da nova administração prevê a criação de 600 empregos em menos de um ano e a abertura de outras 5 mil vagas com a volta da industrialização de produtos de marca própria. De acordo com os diretores, em quatro meses, deve ser retomada a industrialização de marcas próprias. “Para isso, será preciso reativar a logística nas duas pontas da cadeia para a compra e a venda, o que nos alegra muito, pois esta já foi a maior empresa de Rio Pardo e, atualmente, em razão das dívidas dispunha de pouquíssimo crédito para comprar e pagar fornecedores”, comemora o prefeito.

FONTE: JORNAL DO COMÉRCIO

Nenhum comentário: