*por Fernando Furtado Velloso
Vivemos um período de mascarados, protestos, passeatas (e até algum quebra-quebra). Este fenômeno social é relevante e sua magnitude nos demonstra a força da mobilização popular, da possibilidade de real demonstração de insatisfação com nosso estado e da cobrança por respostas.
E na pecuária gaúcha? Pois bem, somos queixosos e críticos das ações setoriais em nossa pecuária (ou da falta delas) e do que deveria e não deveria ser feito pelo nosso governo (leia-se Secretaria da Agricultura) e nossa FARSUL (leia-se “nós mesmos″).
Mas, surge a necessidade da pergunta: Porque não fazemos os nossos cartazes e não vamos gritar pelo que necessitamos para o nosso setor? Em linhas gerais todos os pecuaristas anseiam pelo mesmo: valorização da carne gaúcha, busca e ampliação de mercados para o nosso produto, políticas que pensem e desenvolvam a produção de forma continuada, e tudo mais que preserve ou eleve o valor do nosso boi. Creio que aqui temos consenso.
Porém, como cidadãos da pecuária o que temos feito? Participamos de nossos sindicatos rurais e associações ou somente nos lembramos de nossas entidades nas épocas de eleições? Conhecemos a situação dos programas para pecuária de governo do nosso município ou estado? Elegemos e acompanhamos o mandato de deputados identificados com nossas causas? E assim seguiriam diversas reflexões sobre a nossa participação (ou pouca participação) na política da atividade que vivemos.
Não sou defensor e nem partidário de A ou B, mas faz anos que ouço críticas e questionamentos sobre as ações da FARSUL e também da sua relação com o governo do estado. Que deveria ser feito isto ou aquilo e que nossa federação somente nos cobra e pouco nos oferece, etc, etc. Vivi aproximados 10 anos o dia a dia da Associação Brasileira de Angus e compreendo um pouco bastante como funciona a rotina de uma entidade de classe (que não deixa de ser um pequeno governo). Distorções, favorecimentos que desagradam alguns setores e decisões de que muitos discordam ocorrem a todo o momento, porém se não estivermos dentro ou representados em nossas entidades seremos mascarados com cartazes em branco vagando pelas ruas.
fonte: Jornal Folha do Sul
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