domingo, 9 de março de 2014

Atenção carne gaúcha!

Engorda de animais Cruza Angus em SP, 03 fev 2014
Engorda de animais Cruza Angus em SP, 03 fev 2014
Crédito: Divulgação/FS
Estou neste carnaval atendendo um grupo de pecuaristas visitando o Brasil.
Nosso roteiro passará por criadores, confinamentos e frigoríficos em SP e
MS. Esta atividade está me permitindo voltar a recorrer à pecuária destes
estados.
Pois bem, passados somente dois dias de visitas volto a um tema recorrente
para mim: os diferenciais da carne gaúcha. Nos confinamentos que visitamos
encontrei muitos lotes com animais Cruza Europeu e até alguns com animais
quase Europeus puros, sendo principalmente genética Angus e em segundo plano
influência Hereford. Qual a minha leitura deste fato?
Não é mais exclusividade do RS (e já faz algum tempo) produzir carne de
animais de raças britânicas e assim explorar com consistência que nosso
produto é bastante diferente (e superior) da carne produzida no resto do
país em função das raças.
O volume de carne de animais com influência de genética "britânica"
produzida fora do RS já é bastante grande e logo pode superar a nossa
produção (considerando somente animais jovens, destinados  a programas de
qualidade, etc.). O sistema de terminação mais usado é a engorda em
confinamento e assim a maioria dos animais que competem com os nossos produto
são mais jovens e mais bem terminados, o que nos leva a carne mais macia que
a média produzida por nós.
Não há como frear este processo, pois os confinadores usam mais e mais
animais cruzados em função do maior desempenho (maior ganho de peso) e das
possibilidades de melhor comercialização de animais para abate.
Pois bem, esta situação deve servir como alerta e como pressão para
avançarmos os nossos trabalhos para qualificação e valorização da carne
gaúcha. As discussões setoriais para este tema não devem ser esfriadas e os
programas integrados para promoção e valorização de nosso produto idem.
Tirando a questão das raças (que cada vez fica menos distante), temos ainda
a explorar a engorda a pasto, a nossa cultura, tradição e história. São
valores importantes e que podem ser capitalizados por muitos anos, porém não
se sustentam sem a combinação de maior volume de abate gado jovem e bem
terminado.
fonte: Folha do Sul

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