segunda-feira, 10 de março de 2014

Com prejuízo 284% maior em 2013, Marfrig destaca metas cumpridas e novos planos


Com Sérgio Rial no comando desde janeiro, objetivo é mostrar capacidade de cumprir plano de reestruturação

Por Márcio JULIBONI
O Marfrig, um dos maiores frigoríficos brasileiros, encerrou 2013 com um prejuízo líquido, antes de participações, de R$ 897,088 milhões. O número é 284% maior que as perdas de R$ 233,231 milhões do ano retrasado. Quando se olha apenas para o resultado atribuído ao acionista controlador, Marcos Molina, a diferença é ainda maior: as perdas passaram de R$ 223,902 milhões para R$ 913,593 milhões na mesma comparação.
 
Várias linhas importantes do balanço não apresentaram um bom desempenho. O resultado financeiro líquido, que expressa quanto a empresa gastou com juros, financiamentos e câmbio, entre outros, ficou negativo em R$ 2,031 bilhões, ante perdas de R$ 1,418 bilhão em 2012. O câmbio foi o que mais castigou essa linha. O impacto cambial foi de R$ 1,44 bilhão, 35% mais que no ano retrasado. Desse total, R$ 590 milhões não tiveram efeito caixa, ou seja, não foram efetivamente desembolsados pela empresa.
 
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Rial: novo presidente do Marfrig promete ano melhor que o que acabou
 
Um indicador bastante procurado pelos analistas, a geração de caixa, também não trouxe boas notícias. Medida pelo ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), a rubrica caiu de R$ 1,505 bilhão para R$ 1,446 bilhão de um ano para outro. Com isso, a margem de ebitda baixou de 9,1% para 7,7%.
 
Mesmo linhas que vieram com crescimento também têm ressalvas. É o caso do aumento de 14% da receita líquida, que somou R$ 18,752 bilhões. Segundo a companhia, o volume físico de produtos manteve-se estável no ano passado, e o incremento deve-se sobretudo a aumentos de preços.
 
O que foi bem
 
Com números como esses, o Marfrig optou por destacar a parte cheia do copo: a superação das metas anunciadas para o ano – o guidance, no jargão de mercado. A receita prevista era de R$ 18,5 bilhões, pouco abaixo da obtida. Já a margem de ebitda planejada era de 7,5%, ante os 7,7% conquistados.
 
A empresa também destacou a queda no nível de endividamento. O frigorífico encerrou o quarto trimestre com endividamento bruto de R$ 8,940 bilhões, antes os R$ 12,998 bilhões com que fechou março. Segundo o relatório que acompanha as demonstrações financeiras, o índice de alavancagem (dívida líquida sobre ebitda) baixou de 4,3 vezes para 3,0 vezes, após a venda da Seara para a JBS, no ano passado, e a transferência das dívidas da marca.
 
A divulgação do balanço anual também serviu para que o Marfrig destacasse seus planos para os próximos anos. Com Sérgio Rial como presidente executivo desde janeiro, e uma nova estrutura de direção em que o fundador, Marcos Molina, passa à presidência do conselho de administração, a empresa apresentou os seis passos de um plano estratégico batizado de “Focar para Ganhar”.
 
Eles envolvem: a) foco no cliente; b) foco na inovação; c) foco na rentabilidade; d) foco nos canais de food service; e) foco em altos padrões de segurança e qualidade; f) foco em liderança e sustentabilidade. Na mensagem que acompanha os resultados, Rial afirma que “chegaremos ao final de 2014 melhores do que em 2013”. Já Molina destacou sua total confiança na capacidade do executivo de entregar resultados - algo que o mercado vai acompanhar de perto.
fonte: Isto É Dinheiro

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