Demanda externa por carne bovina deve ajudar a regular os preços internos, avalia a direção da Marfrig (Foto: Ed. Globo)O diretor presidente da Marfrig Global Foods, Sergio Rial, disse que a demanda por carne bovina brasileira no exterior seguirá forte e regulará os preços da carne no mercado interno. "O Brasil hoje quase seleciona os mercados para quem quer exportar", disse a jornalistas, fazendo alusão ao momento adverso de fornecimento da matéria-prima pelos Estados Unidos e pela Austrália.Ele também acredita que durante a Copa do Mundo haverá, no Brasil, um aumento das vendas de cortes especiais, onde a companhia está "bem posicionada" e que o Uruguai, onde a empresa é líder, também está se tornando um dos principais fornecedores de carne para o mundo. Hoje, o Uruguai representa entre 18% e 20% da receita das operações de carne bovina da Marfrig, a Marfrig Beef; a Argentina, 5% (com apenas uma unidade, a de Vila Mercedes, funcionando 100%) e o restante é Brasil.Rial não quis comentar qual a expectativa para os preços do boi gordo no País, mas afirmou que enxerga atualmente uma indústria de carne bovina nacional mais racional, sem agressividades com relação à formação de valores. Segundo ele, mesmo com os preços recordes dos animais atuais, a empresa manteve sua rentabilidade, fruto de melhor gestão do capital de giro e de expansão de margens no mercado externo."A saída da BRF do mercado - com a transferência da gestão das operações de bovinos para Minerva - fortalece os três grandes operadores. Vemos também um grande número de pecuaristas competentes e que enxergam o mercado futuro", disse.O executivo ainda comentou que a capacidade de abate de bovinos no País passou o primeiro semestre de 2013 abaixo dos 70%; ficou acima desse porcentual no segundo semestre e, em 2014 segue trabalhando para chegar aos 80%.IPOA eventual abertura de capital das subsidiárias da Marfrig Global Foods, a Keystone e a Moy Park, responsáveis por quase 50% da receita do grupo, pode ser realizada em 2014. Segundo o diretor presidente da companhia, Sergio Rial, a viabilidade desses movimentos ainda está em estudo. "Não é um compromisso. Compromisso temos com o guidance. E não sabemos quais delas serão: se será só uma ou as duas. Há um grupo de acionistas lá fora que adora a empresa; há fundos na Inglaterra que gostariam investir na Moy Park, por exemplo", declarou.Ele vê que um cenário positivo para a abertura de capital no exterior. "O ano de 2014 se mostra parecido com 2007. Ao contrário do Brasil, que está em um momento adverso. E é justamente por isso que estamos vendo essa oportunidade das subsidiárias abrirem seu capital no exterior", declarou. Ele citou que os IPOs poderão acelerar a captura de valor para o grupo, acelerar o crescimento orgânico das unidades e serão realizados independentemente do cenário financeiro da companhia, do operacional e de câmbio."Hoje, o múltiplo da Marfrig, medido pela relação entre o valor da empresa e o Ebitda, está entre 5,5x e 5,7x, muito baixo. Um frigorífico no País tem um múltiplo de cerca de 6x e 6,5x. Já a Moy Park, por exemplo, tem uma relação entre 8x e 10x. Por que estamos com uma relação de grupo muito baixa? Muito por conta do passado da companhia", falou. Ele ainda comentou que a abertura de Moy Park seria na Europa e de Keystone, nos Estados Unidos ou até na Ásia.Rial falou, categoricamente, que não há mais necessidade de vender ativos e que esse movimento não está nos planos da companhia. "O endividamento está totalmente administrável agora", disse. O principal fator de melhora financeira da companhia, além da melhor gestão de capital de giro, foi a venda da Seara Brasil e Zenda para a JBS no ano passado, por assunção de débitos de R$ 5,8 bilhões.Ele reiterou os guidances para 2014 de receita líquida de R$ 21 bilhões a R$ 23 bilhões; margem Ebitda de 7,5% a 8,5%; geração de caixa livre de neutro a R$ 100 milhões positivos e capex de R$ 600 milhões. "O quarto trimestre nos posicionou bem para 2014. Estamos trabalhando para sair do prejuízo em 2014. Se vai ocorrer, não sei, nas estamos caminhando na direção certa", enfatizou. Em 2013, a Marfrig revê prejuízo líquido de R$ 816 milhões ante lucro líquido de R$ 264 milhões de 2012.MP 627Sobre a Medida Provisória 627, que propõe mudanças na contabilidade brasileira, dentre elas, de tributação de coligadas no exterior, o vice-presidente de Finanças e de Relações com Investidores da companhia, Ricardo Florence, afirmou que a empresa não está preocupada com o assunto. "A Marfrig está preocupada em melhorar em todas as unidades não só Brasil quanto no exterior. Não vemos nada que a MP possa afetar os nosso resultados, neste momento. Outra coisa: tem sido especulado como ficará a cobrança/monetização de PIS/Cofins, mas neste momento não há qualquer notícia confirmada, por isso, não há o que comentar", afirmou. fonte: Globo Rural
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