Assocon comparou o valor da arroba do boi gordo com o preço da saca de milho em 47 praças brasileiras
Mariane De Luca São Paulo (SP)
Apesar de os preços do boi magro ser alto e os do boi gordo continuarem baixos, o confinamento de gado ainda é rentável no Brasil. É o que afirma a Associação Nacional dos Confinadores (Assocon). A entidade elaborou um índice mostrando que a perspectiva é boa para a atividade.
A alimentação é o segundo insumo mais importante no confinamento de gado, representando cerca de 17% do custo e só perde para o boi magro. O milho é o principal ingrediente da ração animal. Para saber se o confinamento é vantajoso, a Assocon comparou o valor da arroba do boi gordo com o preço da saca de milho, em 47 praças brasileiras.
O sistema é rentável, se a relação ficar acima de 3,5, o que significa que o produtor pode comprar três sacas e meio com uma arroba. A média do Brasil está em 4,3. Só em Macaé, no Rio de Janeiro, a relação está abaixo de 3,5.
Essa relação entre o milho e a arroba do boi também está sendo usada pela Assocon para propor uma nova forma de venda. É uma relação de troca e o boi passa a ser uma moeda de negociação. O confinador compra o milho e só paga pelo produto na hora do abate. O valor é definido pela cotação da arroba no dia da negociação.
Se um pecuarista de Goiás comprasse hoje 50 sacas de milho, ele teria que pagar 11,5 arrobas de boi. A cotação do boi pode mudar, mas o valor a ser pago no final do ciclo é aquele mesmo que já foi determinado, as 11,5 arrobas.
Tudo isso está sendo feito num momento considerado bom para a atividade. Os custos com alimentação estão mais baixos do que no ano passado. O milho caiu 18% e o farelo de soja 27%. Além disso, a relação entre o preço do boi magro e do boi gordo está melhorando. Nos dois primeiros meses do ano, o pecuarista pagou pelo boi magro 11% a mais do que recebeu no boi gordo. No ano passado, ele pagava 18% a mais, de acordo com a MB Agro.
O cenário melhor está levando frigoríficos como o Minerva a ampliar o confinamento esse ano. A empresa vai confinar 20 mil cabeças, um aumento de 20%.
Entretanto, o custo mais baixo não é suficiente para garantir uma ampliação no confinamento em 2010. O consultor Cesar de Castro Alves explica que muitos produtores tiveram prejuízo no ano passado, e por isso estão mais cautelosos esse ano.
FONTE CANAL RURAL
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